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6 de dez. de 2012

#56 O espetáculo da violência




Ao me deparar hoje, na saída do Colégio, com a possível briga entre duas alunas e os olhos passivos das pessoas que ali pararam e esperavam os primeiros pontapés, resolvi escrever.

Como é possível, as pessoas terem sede de violência, esperando o "espetáculo" ocorrer. Ainda mais, hoje, que qualquer um tem uma câmera para filmar, só em uma passada rápida de olho no público, vi 5 câmeras apontadas para a cena.

Isso é a barbárie. Mas também pudera, as pessoas ficam esperando até altas horas da madrugada para ver uma luta entre duas pessoas, para ver sangue, o estrago que vai fazer no outro indivíduo.

E se fosse com você, gostaria que os outros ficassem olhando e incentivando para a briga?
As consequências são grandes, pode haver uma morte, ou prejudicar fisicamente a vida de uma pessoa.

Mas o que importa é o espetáculo, não?

Você pode pensar que eram alunos, e que ainda não tem consciência... bláblábláblá...
Mas não, muitos adultos estavam passando e também ficaram olhando ou nem ligaram.

É aí que as tragédias ocorrem. Fácil lembrar da aluna que foi esfaqueada na saída do colégio, aqui mesmo em Guarapuava. E como não citar a foto da revista americana, em que um homem está no trilho do trem e ao invés de socorrer, o fotógrafo prefere a imagem.

Pense sobre isso!

22 de nov. de 2012

#55 A matriz curricular do Paraná









Se você está ligado nas últimas discussões à respeito da educação no Paraná, deve ter se deparado com a polêmica da matriz curricular unificada, que o governo do Estado do Paraná está empurrando para as escolas.

A matriz proposta pela SEED encontra-se aqui.

Isso porque, o governo acredita que o problema das notas do IDEB se deve a poucas aulas de matemática e português para os alunos, com isso quer diminuir aulas de Ed. Física, Inglês, Arte, Sociologia e Filosofia.

Sendo que o problema é muito maior e a qualidade de ensino depende de outros fatores do que aumentar ou diminuir algumas disciplinas. Além de deixar no limbo algumas disciplinas que terao apenas UMA AULA para dar conta do seu contéudo.

A discussão não é de que uma disciplina é mais importante que a outra, mas é isso que o governo quer que aconteça entre os professores. Para que cada um brigue por sua disciplina e nos desarticule, como sempre o faz.

A mudança de grade deve ser pensada, planejada e não colocada à força, sem dialogar. 

Cito abaixo a carta dos professores do Col. Visconde de Guarapuava com sua posição e convido à todos os interessados a se mobilizar em seus municípios, para mostrar que somos contrários a essa imposição, pois é a única forma de tentar reverter esse processo.
Aqui em Guarapuava faremos uma reunião amanhã para definir a mobilização no dia 27/11, aproveitando a data que a APP já havia marcado, cobrando além disso outra coisas que estão na pauta.

SENHORA SUPERINTENDENTE DE ENSINO E
SENHOR SECRETÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO


Nós, alunos(as), professores(as), funcionários(as), pais, mães e responsáveis legais por alunos do Colégio Estadual Visconde de Guarapuava, levando em consideração que:
  • A carga horária de trabalho diário de diferentes segmentos da sociedade é de 4 horas, enquanto que a carga horária escolar é de 4 horas e meia;
  • Nenhuma disciplina deve ter menos que duas horas semanais, para que se garanta a qualidade do processo ensino aprendizagem;
  • Propor a alteração da matriz curricular a partir de um diagnóstico mal elaborado não condiz com práticas pedagógicas e decisões administrativas democráticas e transparentes;
  • Muitos alunos já realizam estágios remunerados e a mudança nos horários escolares prejudicaria os mesmos;
  • Diversos alunos dependem do transporte escolar, que é realizado em parceria com os Municípios;
  • A discussão da escola em tempo integral precisa avançar para se garantir qualidade na educação básica, mas não pode desconsiderar a estrutura necessária;
  • A dualidade administrativa existente em nosso colégio e a falta de espaços adequados para atividades impede inclusive o desejado para as atividades já ofertadas (como sala de apoio, estágio do Curso Normal, atividades complementares, entre outros);
  • A matriz curricular que temos hoje é fruto de muitas discussões que levaram em consideração nossa capacidade estrutural, nossa equipe e diversos fatores que compõem nossa realidade;

Se pensarmos efetivamente em melhorar a aprendizagem dos alunos, não só para atingir bons índices estatísticos, mas garantir-lhes um direito constitucional à educação de qualidade, algumas medidas urgentes se fazem necessárias:

1) Manutenção do mínimo de duas aulas semanais para todas as disciplinas do
Currículo Escolar como condição mínima para realização do trabalho pedagógico de qualidade;
2) Redução do número de alunos por turma em sala de aula;
3) Implantação imediata e retroativa da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério e 33% de hora atividade;
4) Desenvolvimento de Programas de formação continuada de qualidade para professores e demais trabalhadores em educação;
5) Revisão do porte das escolas de acordo com suas reais necessidades educacionais;
6) Ampliação da jornada escolar em direção à consolidação de uma Escola em
Tempo Integral e que vise uma formação integral como direito subjetivo e inalienável do cidadão.
7) Realização ampla de concursos públicos para suprir professores licenciados em todas as disciplinas da Educação Básica e demais educadores;
8) Investimento na infraestrutura das escolas, bem como, em novas tecnologias educacionais.

As tecnologias de informação e de comunicação são ferramentas que se bem utilizadas contribuem no processo da democracia participativa, mas não substituem o encontro para o debate franco e aberto para tomar as melhores decisões sobre as coisas importantes para a vida humana.

Por isso somos CONTRÁRIOS à mudança na Matriz Curricular na forma como está sendo conduzida e sugerimos que o processo de discussão continue no formato de assembleias escolares e posterior conferência estadual para o estabelecimento da nova Matriz Curricular.

Comunidade Escolar do Colégio Estadual Visconde de Guarapuava.

31 de out. de 2012

#54 Reflexão sobre o ensino da Filosofia

Simpósio quarta à noite, com Danilo Marcondes, Felipe Cepas e Eduardo Barra


Comumente cita-se a frase de Kant, de que "não é possível ensinar filosofia, mas a filosofar". E olha que ouvi muito essa frase na última semana, participando do evento que citei na postagem anterior, a ANPOF.
Foi de grande proveito, mas também como é de costume, acaba-se o evento e você percebe que tem mais dúvidas do que respostas.
Um avanço foi a atenção que a ANPOF começou a dar para o ensino de Filosofia no Ensino Médio, proporcionando troca de experiências entre professores do ensino médio do Brasil e pesquisadores das Universidades que tem como preocupação o ensino da Filosofia.
Mas o que é possível notar, é que muitos (maioria) professores das Universidades, pouco estão preocupados com isso, o que leva a um descaso do ensino da Filosofia.
Veja, o que é pensado e pesquisado na Universidade, não é exatamente o que é ou deve ser ensinado no ensino médio, simplesmente porque há uma diferença do interesse do público e de possibilidade de entendimento.
Percebo hoje, ao lecionar os conteúdos de Filosofia, que pouca atenção se deu na graduação ao aspecto de como dar essas aulas, salvo alguns professores que estimulavam pensar sobre uma didática, uma metodologia de trabalho. Mas na verdade, se aprendi ou estou aprendendo a lecionar, isso tem se dado na prática. E não é fácil, nem sempre se desperta o interesse do aluno ou consegue criar meios de levar o estímulo a refletir em uma sala de aula. E conversando com outros colegas, de todo o Brasil a angústia é a mesma, e o preparo para ir dar aulas quase inexistente.
A própria comunicação de alguns professores na graduação e até mesmo no evento, deixam claro que não se quer prender a atenção, se quiser ouça, seja como for... assim como você tem um filme que começa chato e você não aguenta chegar até o fim, se tornam as falas desses pesquisadores quando tentam expor algo. Não é possível aguentar. Não estou dizendo que não tem conhecimento, mas não há uma tentativa muitas vezes de prender a atenção e imagina isso em uma sala de aula com adolescentes?
Por isso, o desafio é grande. Gostei quando deram vozes aos professores do ensino médio no simpósio de quarta à noite na UFPR, em que estava o professor Danilo Marcondes, Felipe Cepas, Eduardo Barra e uma professora do ABC, que me foge o nome. Foram provocados a pensar mais sobre a Filosofia no ensino médio e promover mais encontros como a ANPOF - EM.

Se isso vai resultar em algo, não sei. Mas sei que participei de um momento histórico e espero que muitas coisas melhorem!


Apresentação no Colégio Estadual, dia 25/10

20 de out. de 2012

#53 ANPOF - Ensino Médio


Anpof


Irá ocorrer a partir do dia 22 de outubro até o dia 26 em Curitiba (PR), o encontro da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia (ANPOF) que reuni os mais expressivos pesquisadores em Filosofia de todo o país.

Uma das novidades é a ANPOF - Ensino Médio, que espera-se atender a uma demanda crescente, do poder público, dos professores de filosofia do Ensino Médio e da comunidade universitária, em torno das contribuições do trabalho acadêmico de nível de Pós-graduação em filosofia para o ensino de filosofia no Ensino Médio.

Haverá alguns mini-cursos com temas relacionados ao ensino da Filosofia nas escolas e apresentação de relatos de experiências de professores do Brasil. Entre mais de 100 inscrições para apresentação desses relatos, apenas 21 foram selecionados. Dentre eles, o presente blogueiro foi um dos selecionados irá participar então desse evento.
A apresentação ocorrerá na próxima quinta-feira (25), às 18:30 no Colégio Estadual do Paraná, fechando as apresentações. O tema do relato de experiência é "O que é necessário para ser feliz? Uma reflexão a partir do pensamento epicurista". Algumas dessas ideias já foram postadas aqui no blog.

Além da pesquisa para desenvolver essa experiência, muito se deve ao alunos que contribuíram para a concretização da experiência, da sua elaboração e construção. Essa ideia vem sendo desenvolvida desde 2011, na Escola Vicentina Santa em Laranjeiras do Sul, no qual lecionava para as turmas de 5ª a 8ª série, e foram e estão sendo desenvolvidas com alunos do Colégio Visconde de Guarapuava, em Guarapuava.

Se estiver por Curitiba, compareça para prestigiar esse evento e também acompanhe aqui algumas coisas relacionadas ao evento.

6 de out. de 2012

#52 1º encontro Cine clube

No dia 19 de setembro houve o primeiro encontro do Cineclube do Colégio Visconde de Guarapuava. O projeto foi idealizado por mim, como mencionado na postagem anterior.
O objetivo é propor um espaço em que se possa assistir uma obra cinematográfica por completo, seguido de debate sobre aspectos do filme. A participação é facultativa e toda a comunidade escolar está convidada a participar.

Nesta primeira edição, o filme escolhido foi “Na natureza selvagem”, que é baseada em fatos reais e tem como temas centrais a questão da liberdade, a sociedade de consumo e relações familiares.
Muito disseram que iriam, mas na realidade poucos apareceram. Mas não há nenhuma obrigatoriedade e espera-se a presença de quem estiver afim mesmo.

O próximo encontro estava marcado para o dia 16/10, mas será reagendado devido ao curso de formação para professores e funcionários.
Mas o filme já está decidido, e será "O preço do amanhã".

Abaixo, a foto dos participantes do início ao fim do primeiro encontro.