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30 de abr. de 2014

O que penso sobre a greve dos professores e funcionários do Estado do Paraná



Antes de iniciar a minha linha de raciocínio sobre a greve dos professores e funcionários estaduais, gostaria de deixar claro que não pertenço a ala nenhuma do sindicato e respeito as decisões democráticas, mas tenho a intenção de apontar aqui apenas o meu pensamento, sem a intenção de agradar A ou B, muitos menos de rebaixar X ou Y. E caso você esteja disposto a ler de maneira lúcida e racional, continue. Mas se for apenas procurar nos meus escritos os pontos para defender sua posição, sem levar em conta possíveis argumentos coerentes que eu tenha, pode ir espiar a vida das pessoas no facebook.

Bem, vamos lá.

Algo nessa greve deve ser comemorado: a grande adesão da categoria, algo que não se via a muito tempo. Esse é um passo importante para o fortalecimento dessa classe de trabalhadores e se espera que isto continue.

Aí alguém poderia indagar: não tem outros avanços? o auxílio de transporte dos funcionários? o recebimento do auxílio transporte de professores em licença? Claro, claro. O último tem haver com perda de direito. Ok. DIZ que não vai mais descontar. O auxílio transporte do funcionários é um avanço, DIZ que vai aumentar.

O que mais? É justamente o "DIZ QUE" que me preocupa. Pois, para quem tem acompanhado a gestação do atual governo do Estado do Paraná, os últimos 3 anos foram de "DIZ QUE" vai fazer isso, apresentar isso, montar comissão para isso... Ano passado quando havia uma possibilidade de entrar em greve, votei à favor, porém o pessoal (a maioria de forma democrática) preferiu acreditar na proposta (DIZ QUE) e não realizar a greve. Fomos enrolados mais uma vez e foi deflagrada uma greve este ano, nesta época com dois grandes feriados. Todas as propostas são para serem estudadas, enviadas para análise... diz que...

Além do mais, o que ouvi ontem foram pessoas dispostas a ir para Curitiba, mas já com o voto preparado, argumentando que não aguentavam mais a greve, que cada dia que passava pensava que era mais um sábado para trabalhar (reposição).  Muitos nunca haviam participado de algo parecido e aqueles que já tinham experiência, tentavam explicar como funcionava. Inclusive, ouvi de um desses experientes, na ida para a assembleia, que ela não queria influenciar ninguém, mas que havia grupos radicais dentro do sindicato, que iriam votar pela manutenção da greve e queriam com isso enfraquecer o sindicato, mas que cada um poderia escolher como iria votar. Ora, se você não tem experiência e alguém diz que votar na manutenção da greve vai enfraquecer o sindicato, o que você faria? Bem, a maioria votou pelo fim da greve.

Fim da greve não, na verdade, suspensão. Bem, mas até quando vamos esperar o DIZ QUE virar realidade? E se não virar, vamos voltar a fazer greve? Tenho dúvidas. Não é fácil organizar uma greve, pois as pessoas tem preguiça, medo, desconfiança e falta de vontade de lutar, o que dirá fazer mais uma este ano. Então essa opção acredito que não exista, ou ele cumpre o que prometeu (o que não acredito que acontecerá) ou ficamos com o "rabo entre as pernas". Expressão esta utilizada na assembleia, que causou discórdia e até briga aconteceu. Quanto a isso, penso que devemos ser racionais e acatar a decisão democrática, pois temos que ganhar na argumentação, porém assim como eu ouvi de um experiente a ideia de acabar com a greve, o mesmo não pode ser feito no ônibus em que fui pela continuação da greve.

Talvez alguém ainda apontaria que vamos receber pela hora-atividade que não temos. Não estávamos solicitando compensação financeira pela hora-atividade, mas sim o tempo para prepara e corrigir a atividades de sala de aula. Acabamos vendendo um direito nosso, que ano passado o governante DIZ QUE iria implantar mas não implantou.

Enfraquecer o governo? Talvez, mas quem é que liga para o que está acontecendo na educação? Penso que só quem trabalha nela, a população acredita que estamos reclamando de barriga cheia.

Por fim, gostaria de dizer que há uma grande mistura dentro do sindicato de coisas partidárias misturadas com interesses de uma categoria.
E não é somente do lado radical, como diziam. Mas também da direção do sindicato. Ou vai dizer que o sindicato postando imagens e frases escritas com o logo da presidente do sindicato, não indica nada? O que deveria estar escrito ali é APP Sindicato, que é maior do que qualquer um.

Enfim, isso é o percebo. Não acredito que serão cumpridas as promessas... uma ou outra, mas que não era motivo para recolher acampamento. Ficaremos realmente com o "rabo entre as pernas" e espero que se perceba isto.

Mas espero que eu esteja errado.

Professor Márcio e eu, mostrando que não temos medo de ameaças e temos consciência das consequências e assumimos os riscos.



3 de abr. de 2014

Temos cara de que?



A pergunta que é título desta postagem se refere ao que parecemos ser.
Porque tenho percebido, a um bom tempo, que todos nós temos cara de algo, pois é assim que as pessoas nos veem. 
Por que afirmo isto?
Bem, tenho sido tratado em muitos lugares por onde vou, não como professor, mas como aluno. Sou síndico no prédio em que moro, mas quem não conhece o síndico fica surpreso quando me vê. 
Hoje, por exemplo, em um dos colégios que trabalho, funcionários de uma empresa resolveram remover um vidro quebrado de uma das salas, quando havia aula, colocando em risco a integridade física dos alunos e atrapalhando a aula. Quando fui verificar se podiam fazer em outro momento aquilo, o rapaz me disse "Piazinho, fique longe do vidro, porque pode lhe machucar". Piazinho? Fora isso, se ele estava preocupado em não machucar alguém, deveria ter evitado fazer em horário que estivesse tendo aula.
Como será que as pessoas pensam que deve ser um professor? Imagino que o que passa pela cabeça delas, são pessoas velhas, cabelo branco ou sem cabelo, quase no fim da vida... Como estimular alguém a ser professor se esta é a imagem que, aparentemente, as pessoas tem do profissional da educação?
Que cara tem um síndico?
Que cara tem o médico? 
Que cara tem o pagodeiro?
Que cara tem a prostituta?
Que cara tem o homossexual?
Que cara tem o caminhoneiro?
Que cara tem o político?
Que cara tem o agricultor?
Que cara tem o corintiano?
Que cara tem o padre?
Que cara tem o ladrão?
Que cara tem o pai?
As pessoas criam estereótipos para designar quem os outros são e não conseguem enxergar além da aparência.

Amplie isto ao preconceito que há na sociedade, que julgam-se as pessoas pela sua aparência!!! É necessário ver além da aparência, pois ela não nos diz quase nada sobre a pessoas, nem o que elas são ou fazem.