MENU

22 de nov. de 2012

#55 A matriz curricular do Paraná









Se você está ligado nas últimas discussões à respeito da educação no Paraná, deve ter se deparado com a polêmica da matriz curricular unificada, que o governo do Estado do Paraná está empurrando para as escolas.

A matriz proposta pela SEED encontra-se aqui.

Isso porque, o governo acredita que o problema das notas do IDEB se deve a poucas aulas de matemática e português para os alunos, com isso quer diminuir aulas de Ed. Física, Inglês, Arte, Sociologia e Filosofia.

Sendo que o problema é muito maior e a qualidade de ensino depende de outros fatores do que aumentar ou diminuir algumas disciplinas. Além de deixar no limbo algumas disciplinas que terao apenas UMA AULA para dar conta do seu contéudo.

A discussão não é de que uma disciplina é mais importante que a outra, mas é isso que o governo quer que aconteça entre os professores. Para que cada um brigue por sua disciplina e nos desarticule, como sempre o faz.

A mudança de grade deve ser pensada, planejada e não colocada à força, sem dialogar. 

Cito abaixo a carta dos professores do Col. Visconde de Guarapuava com sua posição e convido à todos os interessados a se mobilizar em seus municípios, para mostrar que somos contrários a essa imposição, pois é a única forma de tentar reverter esse processo.
Aqui em Guarapuava faremos uma reunião amanhã para definir a mobilização no dia 27/11, aproveitando a data que a APP já havia marcado, cobrando além disso outra coisas que estão na pauta.

SENHORA SUPERINTENDENTE DE ENSINO E
SENHOR SECRETÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO


Nós, alunos(as), professores(as), funcionários(as), pais, mães e responsáveis legais por alunos do Colégio Estadual Visconde de Guarapuava, levando em consideração que:
  • A carga horária de trabalho diário de diferentes segmentos da sociedade é de 4 horas, enquanto que a carga horária escolar é de 4 horas e meia;
  • Nenhuma disciplina deve ter menos que duas horas semanais, para que se garanta a qualidade do processo ensino aprendizagem;
  • Propor a alteração da matriz curricular a partir de um diagnóstico mal elaborado não condiz com práticas pedagógicas e decisões administrativas democráticas e transparentes;
  • Muitos alunos já realizam estágios remunerados e a mudança nos horários escolares prejudicaria os mesmos;
  • Diversos alunos dependem do transporte escolar, que é realizado em parceria com os Municípios;
  • A discussão da escola em tempo integral precisa avançar para se garantir qualidade na educação básica, mas não pode desconsiderar a estrutura necessária;
  • A dualidade administrativa existente em nosso colégio e a falta de espaços adequados para atividades impede inclusive o desejado para as atividades já ofertadas (como sala de apoio, estágio do Curso Normal, atividades complementares, entre outros);
  • A matriz curricular que temos hoje é fruto de muitas discussões que levaram em consideração nossa capacidade estrutural, nossa equipe e diversos fatores que compõem nossa realidade;

Se pensarmos efetivamente em melhorar a aprendizagem dos alunos, não só para atingir bons índices estatísticos, mas garantir-lhes um direito constitucional à educação de qualidade, algumas medidas urgentes se fazem necessárias:

1) Manutenção do mínimo de duas aulas semanais para todas as disciplinas do
Currículo Escolar como condição mínima para realização do trabalho pedagógico de qualidade;
2) Redução do número de alunos por turma em sala de aula;
3) Implantação imediata e retroativa da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério e 33% de hora atividade;
4) Desenvolvimento de Programas de formação continuada de qualidade para professores e demais trabalhadores em educação;
5) Revisão do porte das escolas de acordo com suas reais necessidades educacionais;
6) Ampliação da jornada escolar em direção à consolidação de uma Escola em
Tempo Integral e que vise uma formação integral como direito subjetivo e inalienável do cidadão.
7) Realização ampla de concursos públicos para suprir professores licenciados em todas as disciplinas da Educação Básica e demais educadores;
8) Investimento na infraestrutura das escolas, bem como, em novas tecnologias educacionais.

As tecnologias de informação e de comunicação são ferramentas que se bem utilizadas contribuem no processo da democracia participativa, mas não substituem o encontro para o debate franco e aberto para tomar as melhores decisões sobre as coisas importantes para a vida humana.

Por isso somos CONTRÁRIOS à mudança na Matriz Curricular na forma como está sendo conduzida e sugerimos que o processo de discussão continue no formato de assembleias escolares e posterior conferência estadual para o estabelecimento da nova Matriz Curricular.

Comunidade Escolar do Colégio Estadual Visconde de Guarapuava.