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7 de mar. de 2013

AVX 1804


Os homens só são justos porque temem o castigo? A conduta ética depende apenas do medo da punição?

Desde que conheci o mito do Anel de Gíges, no curso de Filosofia, utilizo-o em sala de aula para tratar da conduta ética, que como questionado acima, versa sobre porque temos algumas vezes uma conduta ética, dentro das normas estabelecidas, para um bom convívio social.


Questiono novamente, tendemos a fazer o correto, o bem, apenas por medo da punição, por temer algum castigo como ser privado de liberdade, pagar uma multa, não ser respeitado?


E esse mito sempre me remete à música "4x você" da banda Capital Inicial, principalmente a parte: "O que você faz quando, ninguém te vê fazendo
ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?"

Devolver dinheiro que não é seu, por exemplo, você o faz porque não lhe pertence, então não acha correto ficar com o dinheiro alheio, ou por quê alguém está observando (e esse alguém pode ser o seu Deus (es)) então para não ser reprimido você o devolve?
Ou você, ao perceber que não há ninguém lhe observando, age de forma corrupta, recebendo propina ou propondo pagar propina, escondendo dinheiro na cueca, roubando algo que não lhe pertence...?

Como no mito citado, tenho percebido que os indivíduos costumam ter uma conduta ética por temer uma punição, pois ao passo que imaginam que ninguém verá ou descobrirá o seu ato vicioso, essas pessoas agem insdicriminadamente. E se alguém for incapaz de cometer uma falcatrua ou ser desonesto, logo é tachado de "idiota", por não se aproveitar da situação, como no caso de alguém que ao achar uma mala com dinheiro e mesmo morando na rua, resolve entregar à polícia para que, quem perdeu possa reencontrar.

Talvez você esteja se perguntando o porque do título: AVX 1804.
Essa é a placa do veículo que motivou escrever esse comentário, pois muitas vezes utilizo do tipo de exemplo que vou citar abaixo, em sala de aula.

Hoje (07/03), ao meio dia, quando retornava para casa após uma manhã de trabalho, circulando por uma rua em que o limite máximo é 40km por hora, o veículo acima identificado, sinalizou de todas as maneiras, solicitano maior velocidade minha, que estava à sua frente. Porém eu já estava com 40km/h cravado no velocímetro. Não satisfeito, o indivíduo fez uma manobra arriscada, aumentando a sua velocidade para me ultrapassar e com isso teve que fazer uma freiada brusca na traseira do carro que estava à minha frente, pois logo à frente havia um radar instalado.

Não só ele, como o carro à sua frente, passaram pelo radar com a velocidade abaixo de 30km/h, pois tive que quase parar o veículo para que eles passassem pelo radar e então, eu pudesse continuar meu trajeto. Ou seja, não adiantou muito o indivíduo colocar em risco a segurança de muitos carros, em troca de alguns segundos de vantagem, pois logo à sua frente tinha um radar e COM MEDO de ser punido, freou para que não fosse pego acima do limite permitido (40km/h). 

Quem estava observando, no caso, era o radar. Mas em apenas um ponto daquela rua, no restante dela, o indivíduo queria andar mais depressa e assim o fez, até chegar naquele que poderia puní-lo. 
É necessário entender, que se o limite de velocidade foi instalado naquela região, é porque há um fluxo grande de veículos e é próximo a escolas, universidade e faculdades, que tem também um grande fluxo de pessoas e que respeitar a sinalização é para o bem de todos. 

Como outro exemplo, poderia citar uma reportagem da RPCTV essa semana, em que moradores instalaram um "radar" falso, para inibir a alta velocidade dos veículos em uma estrada, e que surtiu efeito, mas que quando não o tinha, não era respeitado.

Dessa forma, não há consciência da necessidade de andar em determinada velocidade, ou de não beber se for dirigir. É apenas através da punição, do temor de ser punido que as pessoas acabam por agir corretamente. Talvez, não todos.





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