Filosofia
“Mutantes: uma ameaça
à sociedade”. Essa era a notícia que estampava a edição do
jornal Magazine no dia 21 de Setembro de 2030. Enquanto tomava meu
café e lia a noticia, tentava absorver seu conteúdo e prever quais
seriam as consequências que isso causaria em minha vida. Desde o
inicio do século, quando nasci, tenho ouvido falar sobre engenharia
genética, os mutantes por ela criados e as atrocidades dispensadas a
eles nos centros especializados do governo. Segundo as informações
do jornal todos os mutantes, sem exceção, deveriam ser obliterados.
Até o ano de 2012, os
cientistas tinham um vasto conhecimento sobre DNA, previamente
adquirido, porém nem sonhavam com tudo o que estava por vir. Sabiam
da existência de partes do DNA chamadas intróns que eram
formadas por bases nitrogenadas que não codificavam proteínas,
portanto, aparentemente inúteis ao nosso organismo. Em 2020 veio a
feérica descoberta da função desses pedaços “inúteis” de
DNA, eles tinham a capacidade de produzir muito mais do que simples
proteínas, eles podiam modificar as característica de toda uma
espécie criando seres mutantes com habilidades até então
desconhecidas. Começava uma nova era cientifica.
Desde essa época,
iniciou-se uma corrida para descobrir novas mutações que fossem
capazes de elevar os seres humanos a uma nova espécie com capacidade
de realizar coisas que até o momento eram tidas como impossíveis,
como respirar embaixo d’água, voar, não adoecer, viver sem água
e comida, não dormir, auto reproduzir-se etc.
As experiências não
cessavam e cada vez mais mutações eram descobertas, a bioética foi
deixada em segundo plano pois os cientistas não admitiam ser
barrados diante da possibilidade de criar uma nova espécie. Usaram
dos mais diferentes e diversificadas processos para manipular o DNA,
codificando-o e recodificando-o criando seres humanos geneticamente
modificados com os quais o universo jamais havia se deparado. Mas a
vida, que aparentemente estava sob o domínio da ciência, revolveu
mostrar que não pode ser dominada.
Por volta de 2025
começaram a ocorrer falhas nessa nova codificação, os seres
criados em laboratório já não eram mais tão espetaculares quanto
se esperava e os novos “bichinhos de estimação” criados pela
ciência começaram e se comportar de maneira inadequada. Os seres
criados em laboratório, até então considerados humanos super
dotados passaram a compor uma ameaça e já não serviam mais como o
“brinquedo” dos pesquisadores.
Os mutantes, como passou
a ser chamada essa nova classe de indivíduos, eram humanos dotados
de sentimentos, pensamentos e emoções como qualquer outro, porém
que agora ficaram segregados em função da condição pela qual
foram criados. Aparentemente eram iguais aos demais, mas o que os
tornava diferentes era o seu material genético. Esse mutantes
formavam uma grande população e por um tempo foram mantidos em
cativeiro dentro de centros especializados do governo. Contudo,
alimentar e manter esses “bichinhos de estimação” já estava
ficando caro e eles deveriam ter um fim logo.
O governo decidiu baixar
uma lei que permitia a execução desses mutantes dentro dos centros
especializados do governo da forma como melhor aprouvesse. Câmaras
de gás, fornalhas gigantescas, submersão em ácido corrosivo, ou
simplesmente deixar morrer de fome eram algumas das opções
escolhidas pelos diretores dos centros para executar seus
prisioneiros. Nós, a população geneticamente boa e saudável, não
nos impusemos a essas execuções porque se o fizéssemos estaríamos
sujeitos a ter um fim parecido ao dos mutantes. O governos nos
convenceu que essa era a melhor decisão a ser tomada e, de modo
geral, fomos passivos as decisões governamentais.
Até que um dia em um dos
maiores centros houve uma fuga em massa de mutantes que não pôde
ser contida. Os seres de DNA modificado agora estavam entre nós.
Vivendo como clandestinos eles logo se espalharam pelo país e se
misturaram de forma imperceptível com os demais seres humanos. E
agora, segundo a noticia do jornal, eles estão sendo caçados para
posteriormente serem mortos.
Enquanto dirijo meu carro
até o trabalho penso em tudo o que tem acontecido e de repente, se
materializa quase do nada uma mulher no meio da rua. Maltrapilha e
com uma robusta barriga que indica que ela está grávida. Não tenho
tempo de frear e a atropelo, deixando-a caída no chão. O desespero
toma conta de mim e desço imediatamente do carro para acudi-la e
levá-la á um pronto socorro. Ao me aproximar ela já está
recobrando os sentidos, quando menciono a possibilidade de levá-la
ao hospital ela estremece e diz que está bem. Noto que há uma
nítida perturbação nos olhos daquela mulher, e antes que eu possa
falar qualquer coisa ela começa a implorar por ajuda. Levo-a até o
meu carro e ela me conta sua história.
Seu nome é Judith e ela
é foi criada em um dos laboratórios de genética, seu DNA é
modificado, ou seja, ela é uma mutante. Quando a criaram os
cientistas queriam criar um ser humano que pudesse voar e que não
tivesse propensão a nenhuma doença, modificaram um DNA humano comum
e a criaram. Os experimentos em Judith não surtiram os efeitos
esperados e ela foi enviada a um dos centros especializados. Ela foi
uma das que conseguiu fugir de lá. Viveu os últimos anos segregada
do restante da sociedade até conhecer John, por quem se apaixonou.
John era considerado saudável, sem nenhuma mutação, e ao saber
sobre Judith não se importou com sua situação, prometendo amá-la
até que a morte os separasse. E esse dia não tardou em chegar. Em
uma tarde enquanto estavam em casa, Judith e John foram abordados
pelos funcionários do governo enviados para exterminar os mutantes,
ambos iniciaram sua fuga, mas apenas Judith sobreviveu, John foi
morto enquanto tentava salvar sua amada.
Judith continuou sua fuga
e algumas semanas depois da morte de John descobriu que estava
grávida. Jamais se imaginou que isso fosse possível, um feto gerado
pela junção de genes normais e de genes mutantes. A vida mais uma
vez mostrou sua magnitude perante o homem. Os meses foram se passando
e Judith continuava a fugir, até chagar aqui no Texas. E agora,
depois de ser atropelada estava me contando sobre seu passado e
pedindo socorro a mim. A gravidez estava em seu oitavo mês e não se
sabia o que esperar desse feto. Não sei exatamente o que me levou a
tomar essa decisão, mas resolvi ajudá-la.
Levei-a para minha casa e
a ajudei com tudo o que precisava, sem no entanto, contar a ninguém
sobre sua existência. Os dias foram se passando e conforme eu
convivia com ela me perguntava o que teriam feito esses mutantes para
merecer tal punição. Eles eram capazes de sentir, amar e pensar
como qualquer outro ser, mesmo tendo um DNA diferenciado. A que ponto
o homem chegou, criar seres humanos “descartáveis” e quando não
fossem mais úteis jogá-los fora. Involuntariamente criei com Judith
um vínculo de amizade muito forte e prometi continuar a ajudá-la no
que fosse preciso.
Certa noite eu já estava
deitado quando ouço alguém tocando a campainha. Quando vou atender
me deparo com os funcionários do governo anti mutantes com suas
armas apostos para matar. Eu e Judith saímos pela porta dos fundos e
fugimos para um bosque próximo de minha casa. Os funcionários nos
perseguem sagazmente, atirando com frequência. Judith é atingida
por uma das balas e cai no chão, paro para auxiliá-la e vejo que
ela não consegue caminhar. Consigo arrastá-la e nos escondemos dos
funcionários. Os funcionários nos procuram por horas sem sucesso e
depois vão embora. Quando tudo parece estar em relativa paz Judith
entra em trabalho de parto. Obviamente nunca fiz um parto antes,
embora já tenha visto alguns pela TV, mas mesmo assim faço o que
posso por Judith e seu filho. É um menino, muito parecido com a mãe
e quando vou entregar o bebê nos braços de sua mãe percebo que ela
está morta. A tristeza transborda de meu coração e escorre pelos
olhos. Naquele instante prometo a mim mesmo que irei cuidar do bebê
como se fosse meu filho, despeço-me do corpo sem vida de Judith e
saio da floresta com a criança em meus braços. Não sei o que o
futuro tem reservado para mim, mas se pude aprender algo com tudo o
que passei é que, para a vida não existem limites.
João
Gabriel Onofre
Hourglass
Há tempos que o mundo
perdeu o rumo. As pessoas deixaram de ser parecidas para se tornarem
completamente iguais. Começou com a maldita genética e seus avanços
ultravelozes. Os bebês passaram a ser o principal, e mais fácil,
alvo dos cientistas loucos por dinheiro e fama e dos ricaços loucos
por status e uma prôgenie perfeita. O príncipio era fácil: você
poderia simplesmente escolher como seu bebê nasceria, como ele
cresceria e como ele morreria. Quanto mais dinheiro você tivesse,
mais bonito e habilidoso seria sua cria. Até hoje, em 2075, as
pessoas ainda acreditam que é possivel criar alguém perfeito
somente alterando seu código genético. Ninguém leva em
consideração a sociedade conturbada em que vivemos, ninguém leva
em consideração a educação que teremos nem os nossos adorados
amigos.
Eu
nasci errado. Nasci de um processo ainda em teste, há 28 anos atrás.
Era um processo que ficou carinhosamente conhecido por Perfeição
Univitelina. Eram criados dois gêmeos iguais (é, hoje em dia
o sexo é ultrapassado, algumas pessoas até chamam ele de
superestimado, elas se divertem mais programando linhas de código do
que se reproduzindo, para isso servem as milhões de incubadoras
artificais por aí) e um deles ficava guadado em cativeiro, enquanto
o outro corria livre e solto pelo mundo limitado das metrópoles. Se
algo desse errado para o gêmeo em liberdade, o outro entrava
em seu lugar. Eu deveria ter entrado no lugar do meu irmão faz 15
anos, quando o pobre ignorante se afogou em uma piscina próximo a
algum vulcão artificial. Eu deveria, se minha mãe não tivesse
visto meus olhos verdes e minha cicatriz de nascença. Se meu pai não
tivesse reparado na minha voz soturna e em meus cabelos
encaracolados. Tudo que eles queriam era um novo Brad Pitt, mas
acabaram ganhando um belo exemplar de cidadão comum e trabalhador.
Sou o que eles chamam hoje de bastardo, de renegado, de excluído, o
marginalizado social. E aprendi a viver bem com isso.
Com toda a tecnologia
atual, com os avanços na robótica e na computação, com os milhões
de jogos eletrônicos e suas realidades virtuais gigantescas, o povo
perdeu o interesse pela interação social verdadeira. Eles ficam
trancafiados em seus recantos paradisíacos, em suas praias
artificiais, em suas vidas artificias. Aqui, fora das gigantescas
metrópoles virtuais, eu ando pelo mundo físico. Eu fiz amigos
físicos. Eu sinto as árvores físicas e suas praias físicas. Eu
não tenho mais medo das ameaças nucleares do governo, dos gases
tóxicos letais que foram soltos na última guerra, dos animais
atrozes criados pela radiação, de toda a mentira inventada pelo
governo e seus políticos sedentos por dinheiro e controle mundial.
Não tenho mais medo pois vi a verdade. Vi o mundo como quase ninguém
em sessenta anos viu. E aprendi a viver com isso.
Quando minha família me
jogou fora eu demorei a me adaptar a triste realidade fora dos jogos
virtuais e dos prédios enormes onde a maioria da escassa população
mundial vive. Eu agradeço todo dia a deus, ou sei lá a quem todo
mundo agradece, por ter conhecido o Hound. Um homem corpulento, de
seus cinquenta anos, com pinta de motoqueiro e voz de uma bruacona
que já pariu mais de dez crianças, o Hound sabia o que fazer e
quando fazer para sobreviver aqui fora. Foi com ele que eu aprendi o
dinheiro que os políticos ganham do trabalho da população e toda a
energia roubada por eles das rídiculas realidades virtuais nas quais
todos vivem felizes. Com todo mundo enraizado em suas casas e uma
polícia mais ignorante que a dos tempos antigos, ficava fácil
burlar alguns esquemas e ganhar uma grana legal. Era o que o Hound
sempre dizia: “Quanto mais gente ganhar dinheiro com isso tudo,
mais migalhas sobram para nós”. O malfeitor conseguiu me explicar
um pouco sobre tudo que acontece aqui fora, desde as brigas de
gangues, os grupos mercenários, os políticos fétidos, os caminhos
para uma salvação espiritual e, principalmente, financeira. O Hound
salvou minha pele tantas vezes que ele poderia ser meu pai biológico
se alguém já tivesse inventado um meio de eu conseguir
transformá-lo nisso.
Porém, aquele corpo
regado a álcool destilado e drogas sintéticas não conseguiria
aguentar tanto tempo. Não se alimentando duas vezes por semana e
fritando o cérebro com as pluzaphetaminas e os gluzocospans vendidos
nas ruas. Sabe-se lá como ele conseguia aquilo, e sabe-se lá como
aquilo era feito, só sei que um dia eu cheguei no nosso muquifo e o
gigante estava estirado no chão, com aquela barba fedida cheia de
baba e sangue e os olhos para fora do rosto. Tinha tanto remédio
espalhado pelo quarto que eu consegui sobreviver com aquilo por
alguns meses. Conheci tantos malucos que até comecei a acreditar que
fazia parte do círculo de pirados da região. Sorte que escapei logo
dessa onde de tráfico, pois aquilo definitvamente não era o meu
lugar.
Sobrevivi, pois, com todo
o conhecimento que acumulei na arte de invadir computadores e subir
em lugares que não devia. Todo grupo de mercenários precisava de um
hacker, e nunca era fácil achar um confiável. Eu era confiável. Eu
era calado. Era tudo que eles queriam. “Em boca fechada não entra
mosca”, fora umas das últimas lições que o Hound me ensinou. O
problema dele era que o estúpido não parava de matraquear nenhum
segundo. Faça o que eu digo, não faça o que eu faço,
provavelmente.
Minha última missão foi
a maior, mais arrisacada, e mais interessante missão que alguém da
minha laia sonhara em conseguir. Alguns mafiosos dos grandes,
daqueles ligados aos políticos e que passavam por qualquer
jurisdição que os mesmos tinham criado, contrataram-me para fazer
um trabalho audacioso: o satélite de um dos jogos eletrônicos deles
tinha pifado e eles não queriam perder alguns de seus bons
programadores em uma missão para fora do planeta. Viagens espacias
sempre foram arriscadas, mesmo nos tempos de hoje, exigindo muito
preparo e dinheiro. Muito dinheiro. Era uma bolada que estava
envolvida, mas nem chegava perto do lucro diário que eles conseguiam
naquele joguinho chato. Sim, eles conseguiam mais com um joguinho
patético do que em uma viagem para o magnífico espaço sideral. E
era para lá que eu ia.
Com um contrato de meses
de treinamento e a certeza de que, quando eu retornasse, teria
dinheiro para gastar nos bares pelo resto da vida, eu não pensei
duas vezes ao assinar aquela papelada. Não sou bobo: li, reli, li
novamente e decorei todas as linhas do contrato. Decorei todo o
código do jogo para arrumar lá em cima, decorei todo o treinamento
para subir lá, decorei até os movimentos bruscos e as caretas dos
chefões do crime que me contrataram. Minha memória deve ter sido
alterada geneticamente, de algum jeito errado e aleatório, mas eu
era bom em lembrar. E era por isso que eu teria dinheiro para a vida
toda.
Meu sonho, desde criança,
quando ainda estava na escola formatória de clones perfeitos, quando
ainda estava aprendendo a ser meu irmão, quando ainda só podia ver
aqui fora pelas janelas do meu gigante edifício, sempre foi viajar
para o espaço. Ver as estrelas de perto, minha mente ingênua
pensava. Eu sonhava dias e dias com a possibilidade de embarcar em
uma astronave real, para ver de perto o espaço real. Não aquele
espaço dos jogos e dos filmes neuroimplantados. Eu queria sentir.
E ali estava eu.
Sozinho, em uma nave espacial do tamanho de um carro esporte da
época de meu tataravô, eu contemplava todas as estrelas e todos os
planetas ao meu redor. Eu via a lua gigantesca e toda a sua beleza. E
via a terra azul, belissíma, com suas nuvens de gás poluído e seu
oceano ainda intacto, mesmo depois de tanto lixo despojado nele.
Foi ali que eu cheguei ao
local que me foi designado. Era um satélite pequeno, do tamanho de
uma bola de bilhar, com dois singelos conectores: um para o cabo do
meu computador, um para o cabo de reabestecimento. Do reabestecimento
as naves robóticas cuidavam, mas a parte intelectual da coisa só
podia ser feita por humanos. Ainda.
Liguei meu computador,
abri minha central de comandos, vi todas as linhas dessa linguagem
tão magnífica quanta as escritas hieróglifas de meus antepassados,
e comecei a digitar. Fiquei ali por dias. Digitei não somente todo o
jogo, mas reestruturei-o a meu bel prazer. Eu sabia, porque o Hound
sabia, e porque os mafiosos sabiam, que aquele jogo era a vida de
milhões de pessoas que só viviam do trabalho manual, com seus
corpos robóticos, e de sua cabeça, ainda humana, penetrada no jogo.
Aquela era a vida delas, e eu a estava reescrevendo enquanto eles
deveriam estar em uma espécie de coma virtual, ou algo do gênero.
Eu criei o mundo mais bonito de todos. Eu me criei no mundo mais
bonito de todos. Eu fiz minha família da forma mais perfeita
possível naquele jogo. Eu fiz as pessoas da forma mais perfeita
naquele código. Não havia guerra, não havia fome, não havia
sequer animais gigantes e a bendita radiação. Há tempos eu tinha
perdido a comunicação com os mafiosos e eles deveriam saber que
alguma coisa estava errada. Há tempos eu perdi a noção do próprio
tempo. Só fiquei ali, com minha comida racionada acabando, e
digitando aquele mundo. O meu mundo.
Terminei. Fechei o
terminal de código em que digitava. E espalhei o meu vírus para
todos os outros satélites. Eu não me contentava com um mundo só
para alguns milhões de pessoas. Eu queria que todo o mundo vivesse
no meu mundo. Até o computador dos mafiosos e dos políticos
corruptos sofreria com o baque. Até mesmo eles viveriam no meu mundo
perfeito.
Deve ter sido um choque
enorme para aqueles que estavam em suas realidades virtuais mudar,
assim do nada, para outra realidade. No entanto, o ser humano é
famoso por sua capacidade de adaptação. Todos conseguem se adaptar,
ainda mais para algo melhor. Foi uma mudança boa.
Sinto pena só dos
excluídos e renegados, da escória, que provavelmente morrerá de
fome e não receberá mais nenhum visitante incoveninente, pois sei
que ninguém normal nunca mais sairá da realidade em que
criei. Os corpos robóticos dos milhões de trabalhadores conseguirão
fornecer alimento e remédio para todos por alguns anos, tempo
suficiente para aproveitarem de todo meu planete fictício. A vida
física de todos ficaria parada, todos estarão descansando em seus
quartos mofados, em seus arranha-céus gigantes, hipnotizados pelo
meu jogo. Ligados ao computador pelo meu vírus. Ninguém conseguirá
se desconectar, e nem mesmo o melhor programador descobrirá as
senhas para mexer no meu código. Pelo menos não em um tempo de vida
humano.
Eu, infelizmente, estou
aqui em cima. Sozinho. Meu combustível acabou. Minha comida acabou.
Meu oxigênio está acabando. Mas minha satisfação ainda me mantém
vivo por pura teimosia. Ainda contemplo o que criei e todos os que
salvei. Contemplo aqui de cima, esse mundo azul e, agora, perfeito,
do qual não faço parte.
Feliz, fecho os olhos.
Acabou.
ÉVELYN FARIAS
“Mutantes: uma ameaça
à sociedade”.
Essa era a notícia que
estampava a edição do jornal Magazine no dia 21 de Setembro de
2030. Enquanto tomava meu café e lia a noticia, tentava absorver seu
conteúdo e prever quais seriam as consequências que isso causaria
em minha vida. Desde o inicio do século, quando nasci, tenho ouvido
falar sobre engenharia genética, os mutantes por ela criados e as
atrocidades dispensadas a eles nos centros especializados do governo.
Segundo as informações do jornal todos os mutantes, sem exceção,
deveriam ser obliterados.
Até o ano de 2012, os
cientistas tinham um vasto conhecimento sobre DNA, previamente
adquirido, porém nem sonhavam com tudo o que estava por vir. Sabiam
da existência de partes do DNA chamadas intróns que eram
formadas por bases nitrogenadas que não codificavam proteínas,
portanto, aparentemente inúteis ao nosso organismo. Em 2020 veio a
feérica descoberta da função desses pedaços “inúteis” de
DNA, eles tinham a capacidade de produzir muito mais do que simples
proteínas, eles podiam modificar as característica de toda uma
espécie criando seres mutantes com habilidades até então
desconhecidas. Começava uma nova era cientifica.
Desde essa época,
iniciou-se uma corrida para descobrir novas mutações que fossem
capazes de elevar os seres humanos a uma nova espécie com capacidade
de realizar coisas que até o momento eram tidas como impossíveis,
como respirar embaixo d’água, voar, não adoecer, viver sem água
e comida, não dormir, auto reproduzir-se etc.
As experiências não
cessavam e cada vez mais mutações eram descobertas, a bioética foi
deixada em segundo plano pois os cientistas não admitiam ser
barrados diante da possibilidade de criar uma nova espécie. Usaram
dos mais diferentes e diversificadas processos para manipular o DNA,
codificando-o e recodificando-o criando seres humanos geneticamente
modificados com os quais o universo jamais havia se deparado. Mas a
vida, que aparentemente estava sob o domínio da ciência, revolveu
mostrar que não pode ser dominada.
Por volta de 2025
começaram a ocorrer falhas nessa nova codificação, os seres
criados em laboratório já não eram mais tão espetaculares quanto
se esperava e os novos “bichinhos de estimação” criados pela
ciência começaram e se comportar de maneira inadequada. Os seres
criados em laboratório, até então considerados humanos super
dotados passaram a compor uma ameaça e já não serviam mais como o
“brinquedo” dos pesquisadores.
Os mutantes, como passou
a ser chamada essa nova classe de indivíduos, eram humanos dotados
de sentimentos, pensamentos e emoções como qualquer outro, porém
que agora ficaram segregados em função da condição pela qual
foram criados. Aparentemente eram iguais aos demais, mas o que os
tornava diferentes era o seu material genético. Esse mutantes
formavam uma grande população e por um tempo foram mantidos em
cativeiro dentro de centros especializados do governo. Contudo,
alimentar e manter esses “bichinhos de estimação” já estava
ficando caro e eles deveriam ter um fim logo.
O governo decidiu baixar
uma lei que permitia a execução desses mutantes dentro dos centros
especializados do governo da forma como melhor aprouvesse. Câmaras
de gás, fornalhas gigantescas, submersão em ácido corrosivo, ou
simplesmente deixar morrer de fome eram algumas das opções
escolhidas pelos diretores dos centros para executar seus
prisioneiros. Nós, a população geneticamente boa e saudável, não
nos impusemos a essas execuções porque se o fizéssemos estaríamos
sujeitos a ter um fim parecido ao dos mutantes. O governos nos
convenceu que essa era a melhor decisão a ser tomada e, de modo
geral, fomos passivos as decisões governamentais.
Até que um dia em um dos
maiores centros houve uma fuga em massa de mutantes que não pôde
ser contida. Os seres de DNA modificado agora estavam entre nós.
Vivendo como clandestinos eles logo se espalharam pelo país e se
misturaram de forma imperceptível com os demais seres humanos. E
agora, segundo a noticia do jornal, eles estão sendo caçados para
posteriormente serem mortos.
Enquanto dirijo meu carro
até o trabalho penso em tudo o que tem acontecido e de repente, se
materializa quase do nada uma mulher no meio da rua. Maltrapilha e
com uma robusta barriga que indica que ela está grávida. Não tenho
tempo de frear e a atropelo, deixando-a caída no chão. O desespero
toma conta de mim e desço imediatamente do carro para acudi-la e
levá-la á um pronto socorro. Ao me aproximar ela já está
recobrando os sentidos, quando menciono a possibilidade de levá-la
ao hospital ela estremece e diz que está bem. Noto que há uma
nítida perturbação nos olhos daquela mulher, e antes que eu possa
falar qualquer coisa ela começa a implorar por ajuda. Levo-a até o
meu carro e ela me conta sua história.
Seu nome é Judith e ela
é foi criada em um dos laboratórios de genética, seu DNA é
modificado, ou seja, ela é uma mutante. Quando a criaram os
cientistas queriam criar um ser humano que pudesse voar e que não
tivesse propensão a nenhuma doença, modificaram um DNA humano comum
e a criaram. Os experimentos em Judith não surtiram os efeitos
esperados e ela foi enviada a um dos centros especializados. Ela foi
uma das que conseguiu fugir de lá. Viveu os últimos anos segregada
do restante da sociedade até conhecer John, por quem se apaixonou.
John era considerado saudável, sem nenhuma mutação, e ao saber
sobre Judith não se importou com sua situação, prometendo amá-la
até que a morte os separasse. E esse dia não tardou em chegar. Em
uma tarde enquanto estavam em casa, Judith e John foram abordados
pelos funcionários do governo enviados para exterminar os mutantes,
ambos iniciaram sua fuga, mas apenas Judith sobreviveu, John foi
morto enquanto tentava salvar sua amada.
Judith continuou sua fuga
e algumas semanas depois da morte de John descobriu que estava
grávida. Jamais se imaginou que isso fosse possível, um feto gerado
pela junção de genes normais e de genes mutantes. A vida mais uma
vez mostrou sua magnitude perante o homem. Os meses foram se passando
e Judith continuava a fugir, até chagar aqui no Texas. E agora,
depois de ser atropelada estava me contando sobre seu passado e
pedindo socorro a mim. A gravidez estava em seu oitavo mês e não se
sabia o que esperar desse feto. Não sei exatamente o que me levou a
tomar essa decisão, mas resolvi ajudá-la.
Levei-a para minha casa e
a ajudei com tudo o que precisava, sem no entanto, contar a ninguém
sobre sua existência. Os dias foram se passando e conforme eu
convivia com ela me perguntava o que teriam feito esses mutantes para
merecer tal punição. Eles eram capazes de sentir, amar e pensar
como qualquer outro ser, mesmo tendo um DNA diferenciado. A que ponto
o homem chegou, criar seres humanos “descartáveis” e quando não
fossem mais úteis jogá-los fora. Involuntariamente criei com Judith
um vínculo de amizade muito forte e prometi continuar a ajudá-la no
que fosse preciso.
Certa noite eu já estava
deitado quando ouço alguém tocando a campainha. Quando vou atender
me deparo com os funcionários do governo anti mutantes com suas
armas apostos para matar. Eu e Judith saímos pela porta dos fundos e
fugimos para um bosque próximo de minha casa. Os funcionários nos
perseguem sagazmente, atirando com frequência. Judith é atingida
por uma das balas e cai no chão, paro para auxiliá-la e vejo que
ela não consegue caminhar. Consigo arrastá-la e nos escondemos dos
funcionários. Os funcionários nos procuram por horas sem sucesso e
depois vão embora. Quando tudo parece estar em relativa paz Judith
entra em trabalho de parto. Obviamente nunca fiz um parto antes,
embora já tenha visto alguns pela TV, mas mesmo assim faço o que
posso por Judith e seu filho. É um menino, muito parecido com a mãe
e quando vou entregar o bebê nos braços de sua mãe percebo que ela
está morta. A tristeza transborda de meu coração e escorre pelos
olhos. Naquele instante prometo a mim mesmo que irei cuidar do bebê
como se fosse meu filho, despeço-me do corpo sem vida de Judith e
saio da floresta com a criança em meus braços. Não sei o que o
futuro tem reservado para mim, mas se pude aprender algo com tudo o
que passei é que, para a vida não existem limites.
Aluna: Maria Fernada da
Silva Bida
Era uma vez um homem,cujo
qual se chamava Perseu e o qual vivia na cidade de Wars...começo um
tanto quanto sem graça quando estamos falando de um cientista
renomado e famosíssimo por ser quem mais pesquisou e o maior
conhecedor da área de ciências genéticas.
Perseu estava trabalhando
secretamente em seu laboratório em um novo projeto que explorava a
clonagem e mudança genética profundamente utilizando de pequenos
testes em animais diferentes modificando suas estruturas genéticas
para que suas ''falhas'' fossem minimizadas e até mesmo eliminadas.
Mas o que ele queria ia muito mais além,ele queria modificar o ser
humano,dar a ele resistência para viver em qualquer tipo de clima ou
lugar,resistir a enfermidades diversas e sobreviver a uma possível
era de escassez de certos recursos naturais.
Tanta descrição
devia-se as grandes polêmicas que tais estudos envolvem tanto como o
uso de animais inocentes,a depuração da espécie e a eterna
questão: Até onde vai o uso e manipulação da vida em nome da
ciência ? Perseu avançava cada vez mais em seus estudos mas o alvo
de seus desejos era fazer seus testes em um humano e ver como ele
poderia criar uma nova raça,uma raça melhor que acabaria por
dissipar com o passar do tempo a raça humana original em termos de
genética.
Mas quem poderia ajudá-lo
? Arriscando seu renome mundial o cientista contatou o mercado negro
em busca de um cadáver recente no qual poderia começar a realizar
modificações e aplicá-las em um ser vivo,isso lhe custou alguns
milhares de dólares mas era em tudo em nome da sua pesquisa e se a
mesma desse certo e se não resultasse em prisão ele poderia ficar
rico.
Era quarta-feira cerca de 3 horas de uma madrugada escura e nublada e andando pra lá e pra cá ansioso estava Perseu a espera de seu cadáver ''fresquinho'' que talvez mudaria toda uma história da ciência. Eis que um carro preto ao estilo daqueles de funerária para em seu portão,nervoso,ele se dirige a porta e conduz o entregador com o contêiner prateado ao seu laboratório. O horário deve-se ao tipo de carga que nosso nobre cientista estava recebendo,em troca de tal carga tão peculiar Perseu entrega ao homem,que parece lidar bem com a situação ilegal em que vive,uma mala marrom recheada com alguns milhares de dólares.
Era quarta-feira cerca de 3 horas de uma madrugada escura e nublada e andando pra lá e pra cá ansioso estava Perseu a espera de seu cadáver ''fresquinho'' que talvez mudaria toda uma história da ciência. Eis que um carro preto ao estilo daqueles de funerária para em seu portão,nervoso,ele se dirige a porta e conduz o entregador com o contêiner prateado ao seu laboratório. O horário deve-se ao tipo de carga que nosso nobre cientista estava recebendo,em troca de tal carga tão peculiar Perseu entrega ao homem,que parece lidar bem com a situação ilegal em que vive,uma mala marrom recheada com alguns milhares de dólares.
Como a modificação de
genes exige que o cadáver seja o mais recente quanto possível,nosso
cientista se dirige sem mais delongas ao seu laboratório e começa
aplicar seus 15 anos de estudo. Sua primeira meta é dar mais
resistência a mudanças climáticas e doenças e depois de 10 horas
a fio manipulando algo tão precioso,ele consegue finalmente algo
para ser testado e descobre que mudando certas estruturas pode-se
controlar as mudanças de temperatura corporal em resposta ao
ambiente e escolher a cor dos olhos,cabelos,evitar certas doenças ou
diminuir seus efeitos e sintomas. O problema estava em encontrar no
que testar suas descobertas...
O café já tinha efeito
nulo sobre o cientista que com sono extremo decide que é hora de
repor o sono e cuidadosamente guarda o cadáver de forma que ele
fique conservado e possa ser usado novamente e arruma o laboratório
e o fecha com 10 trancas diferentes que apesar do sono foram fechadas
uma a uma deixando em segurança o projeto mais ousado que Perseu já
fizera.
Dois dias se passaram e
já descansado ele sai em busca de uma cobaia para testar os novos
genes que poderiam fazer da raça humana uma raça super-humana e dar
uma nova perspectiva de vida mundial. Chegando a uma clínica
especializada em cobaias para testar cosméticos,remédios,vacinas e
em cobaias para pesquisas Perseu se dirige a recepção e solicita
uma cobaia e alega estar disposto a pagar muito por ela se tudo ficar
em sigilo absoluto.
Um pouco desconfiada uma
funcionária do local leva o cientista a uma sala com um televisor e
um sofá e pede pra que ele se sente e diz:
- Caro Sr.Osbourne agora o senhor verá slides com fotos e informações de todas as nossas cobaias para que possa escolher uma que se encaixe perfeitamente a seu projeto.
- Caro Sr.Osbourne agora o senhor verá slides com fotos e informações de todas as nossas cobaias para que possa escolher uma que se encaixe perfeitamente a seu projeto.
-Ah sim. Ok.
Algumas horas e centenas de slides depois Perseu encontra a cobaia perfeita,cuja qual tem ótimas características como boa imunidade,taxas de colesterol e glicose na medida certa,uma boa faixa etária (25 anos) entre outras coisas. Papéis assinados,despesas pagas e é hora de levar a cobaia pra casa. Dentro do carro o homem de 25 anos,loiro e de olhos escuros parece um tanto inquieto apesar de ter sido de sua livre e espontânea vontade ser usado em estudos como este,então o cientista decidiu não dar importância ao nervosismo do rapaz.
Chegando em casa ambos se dirigem ao laboratório e Perseu começa as aplicações dos genes modificados e começa sua anotações a medida que o rapaz demonstra reagir. Dois dias após a aplicação Perseu leva a cobaia vestida somente de uma camiseta e uma cueca ao laboratório e o nosso cientista devidamente vestido liga o ar condicionado e o coloca na temperatura inicial de –10º e percebe que a cobaia reage bem e não parece se importar com o frio intenso,era um grande passo para o nosso querido cientista que por pouco não abraçou a sua cobaia de tamanha era sua euforia por tal feito alcançado.
Algumas horas e centenas de slides depois Perseu encontra a cobaia perfeita,cuja qual tem ótimas características como boa imunidade,taxas de colesterol e glicose na medida certa,uma boa faixa etária (25 anos) entre outras coisas. Papéis assinados,despesas pagas e é hora de levar a cobaia pra casa. Dentro do carro o homem de 25 anos,loiro e de olhos escuros parece um tanto inquieto apesar de ter sido de sua livre e espontânea vontade ser usado em estudos como este,então o cientista decidiu não dar importância ao nervosismo do rapaz.
Chegando em casa ambos se dirigem ao laboratório e Perseu começa as aplicações dos genes modificados e começa sua anotações a medida que o rapaz demonstra reagir. Dois dias após a aplicação Perseu leva a cobaia vestida somente de uma camiseta e uma cueca ao laboratório e o nosso cientista devidamente vestido liga o ar condicionado e o coloca na temperatura inicial de –10º e percebe que a cobaia reage bem e não parece se importar com o frio intenso,era um grande passo para o nosso querido cientista que por pouco não abraçou a sua cobaia de tamanha era sua euforia por tal feito alcançado.
Outra modificação a ser
testada era a de resistência a doenças que seria testada dali 5
dias para não abusar ou prejudicar o rapaz. Passados os 5
dias,Perseu aplica o vírus da H1N1 no seu ''paciente'' e durante uma
semana o observa e vê como ele reage tendo seus genes modificados.E
depois de uma semana os resultados são excelentes,uma gripe desse
tipo causaria febre,dores de cabeça,coriza,espirros constantes,olhos
avermelhados e até mesmo risco de morte,mas com a presença de um
gene modificado a nossa cobaia teve leve coriza e alguns espirros.
Perseu tinha descoberto
algo fascinante,algo que revolucionaria a ciência e o mundo
,revolucionaria até a própria vida e a forma como vivemos. Pense
como a resistência a baixas e altas temperaturas ajudaria a explorar
e descobrir novas coisas,novos lugares, como tornaria pesquisas mais
fáceis e até mesmo certos esportes não exigiriam tanto aparato pra
enfrentar o frio ou calor intenso. E quanto as doenças,quantas
pessoas deixariam de morrer por causa delas ? Quantas vidas seriam
salvas ? E assim Perseu escreveu sua pesquisa,fez slides,vídeos e
demonstrações práticas e apresentou ao Congresso de Ciência que
na mesma semana que o projeto lhes foi apresentado,criou um artigo
falando sobre o nosso cientista e toda sua pesquisa que apesar de ter
rompido certas questões éticas e ter sido extremamente criticado
por isso,fazendo Perseu ficar preso por 2 anos pelo uso de um cadáver
vindo do mercado negro e pelo uso indevido de animais pra fins
científicos o nosso amigo revolucionou a Ciência e o que se entende
por genética e como podemos usá-la para melhorar a forma como
vivemos.
Depois de sair da cadeia
Perseu deu continuidade a sua obra e criou as INJEÇÕES GENÉTICAS
as quais continham os genes modificados que poderiam ser aplicados em
seres humanos e dar a eles uma nova perspectiva do que é viver. Teve
muito sucesso entre atletas,idosos e pessoas cuja imunidade é baixa
ou tem pouca resistência a mudanças climáticas. A ética já não
era mais problema,pois nosso cientista descobriu uma forma de clonar
os genes que modificava dispensando assim o uso de milhares de
cadáveres para fazer as suas injeções.
Doutor Perseu Osbourne
havia mudado para sempre a história da Ciência e com toda certeza
ficaria marcado por todas as gerações seguintes que poderiam
continuar suas pesquisas e aperfeiçoar seus métodos,avançando
ainda mais o campo científico.
Lucas Cordeiro Siqueira
No ano de 2070, a falta
de recursos do planeta já estava eminente para todo o mundo. A
huminada estava a beira de um colapso, o pretóleo estava acabando,
junto com a água pura e outros recursos naturais, o aquecimento
global consumia o planeta ano após ano e a ecônomia global vivia em
crise. O governo americano fez muitas pesquisas de alta relevância
sobre as possiveis catastrofes, todos os pesquisadores concluiram que
seria a melhor opção construir abrigos subterraneos para abrigar
uma pequena parte da população. Então construiram abrigos por todo
o país, dado o nome de US e códigos de números para cada um deles.
Os US pareciam grandes cofres gigantes, a entrada para cada US era
uma uma grande porta de ferro com fechaduras imensasa com muitos
metros de espessura. No exterior, parecia como uma vila dentro de uma
caixa de aço, tinha uma área de lazer, laboratório, restaurante,
uma parte dedicada aos estudos, banco, cada pessoa tinha seu pequeno
lugar reservado, fosse para dormir ou para outras coisas pessoais.
Secretamente o governo havia selecionando pessoas para viver nesses
abrigos, pessoas com nenhum histórico de doenças graves e com
ótimas condições físicas e mentais. Enquanto isso, a China
prevendo que teriam recursos por mais poucos anos, resolveu reunir
suas forças e invadir o Alasca, que ainda possuia uma boa parte de
recursos naturais, mas foi expulsada brutalmente pelos Estados
Unidos, dando assim o ínicio a uma grande guerra que mudaria os
rumos da humanidade.
A
guerra continuou a gerar mais conflito entre os dois países. Até
que então, a China havia preparado um ataque de bombas atômicas
contra os Estados Unidos, que durou cerca de 2 horas, o que ela não
previu, foi que a radiação foi tanta que cobriu o planeta inteiro
em poucos dias, gerando uma especie de apocalipse. Quase metade da
população mundial morreu, devastanto o mundo e quase toda a vida
nela. A água e os alimentos haviam sido enfectada com a radição,
quase todas as florestas morreram, o mundo havia virado um lugar sem
lei.
Agora, em 2277, mais de
duzentos anos após o acontecimento, o cenário do mundo era pós
apocaliptico. As cidades eram apenas ruínas, não havia presidente
ou governadores para se impor ao povo ou ao menos tentar manter a
ordem e justiça em qualquer canto do mundo, não havia mais carros
ou aviões. As pessoas que sobreviveram, tentavam levar uma vida dura
e sofrida, onde a violência podia ser resposta para tudo. Não foi
muita surpresa para as pessoa quando mais da metade dos US não deram
certo, a maioria foi por motivos sociais e psicologicos, onde as
pessoas não aguentaram viver trancafiadas como se fossem
preisioneiros, e outros foram por problemas tecnicos, sejam eles
quais foram. O que obrigou as pessoas a sairem e viverem por conta
própia.
Mas em um US, o US 101,
localizado em Washington D.C., ainda funcionava com total perfeição,
como os USs eram isolados, não se tinha muito contato com o mundo de
fora, os moradores não sabiam exatamente como os outros abrigos
estavam funcionando. A vida dos moradores no US 101 era bastante
normal, eles tinha rotinas e deveres a comprir todos os dias, todos
se relacionavam bem um com os outros, é claro que as vezes acontecia
um acidente ou outro, mas a autoridade local conseguia controlar tudo
em perfieta ordem, mas as coisas do US 101 estavam prestes a serem
abaladas radicalmente.
James Clover era um
cientista muito aplicado e perfeccionista, ele trabalhava com a parte
de purificação da água, era um dos cientistas chefes do US 101,
era tambem pai solteiro, pois sua mulher morreu ao dar a luz a Curt,
seu único filho. Ambos haviam sido nascidos e criados dentro do US
101, nenhum deles sabia como era o mundo lá fora. Curt era um rapaz
despreocupado, sempre muito estudioso e conseguia aprender coisas
rápidamente. Sua vida no US baseava-se em ajudar o seu pai em
pesquisas e a estudar para poder virar um cientista igual o pai,
mesmo adorando a mecânica e a parte de segurança do abrigo, pois
achava super interessante o conceito de robos e armas de fogo letais,
o que não era muito popular nos US. Vez ou outra ele se encontra com
alguns arquivos confidencias, na gaveta da mesa no escritório do seu
pai, ele relamente fiacava tentado a abrir os arquivos e dar uma
olhadinha, mas alguma coisa sempre o atrapalha, o que fazia ele
esquecer do assunto bem rápido. A vida era praticamente boa, tediosa
as vezes, ele adimitia, mas não tinha muito do que reclamar. Sua
melhor amiga, Amanda, era filha do Comandante Baker, que podia ser
considerado o presidente do US 101, pois ele coordenava e arrumava
quase tudo o que acontecia dentro do US. Tinha uma fama de ser um
cara curel, pois não ligava muito para os moradores, e mesmo assim
ninguem se impunha a ele.
Em
um dia normal como todos os outros, Curt estava deitado em seu
quarto, era o começo da manhã ainda, quando foi acordado pelo
alarme vermelho do abrigo, ele acho que era apenas mais um
treinamento bobo e sem sentido, então não se moveu da cama, quando
ele escutou muito barulho, pessoas gritando e passos apreçados,
então se deparou com Amanda apavorada em sua porta tenta falar
alguma coisa.
-
Curt, levante-se rápido! Disse Amanda em um tom de desespero.
-
Amanda... o que faz aqui? Isso faz parte do treinamento também?
-
Não é trinamento Curt, é o seu pai, parece que ele violou as
regras do US e saiu para...fora.
-
O que? Isso é uma pegadinha?
-
Infelizmente não.
Curt percebeu a tristesa
na face de Amanda e percebeu que o ela havia falado era verdade.
Ficou pasmo na hora, não conseguia acreditar naquilo. Viver no US
significava seguir algumas regras, não eram muitas, entre elas
havia: não machucar de qualquer forma um morador do US, reciclar o
próprio lixo, não poluir o ambiente e entre outras. Mas a mais
importante e rigorosa era concerteza, jamais abrir o portão mestre
do US, apenas em casos especificos e como ultimo recursos.
Aparentemente seu pai não tinha nenhum, pelo menos que ele se
lembrava ou sabia. A pena para isso era a expulsão do US. Mas ele
conhecia o Comandante, ele não se importaria de matar alguem só
para se livrar de um fardo.
-
Você tem certeza que meu pai saiu para fora? Ele não seria tão
louco a ponto disso, ele não tem motivos para isso. Disse Curt
confuso.
-
Mas ele fez, e mais, ele abriu a jaula dos animais, todos estão
solto pelo US fazendo uma confusão total! Não há tempo para isso
agora. Você temque sair daqui o mais rápido possivel. Meu pai esta
atraz de você pois acha que esta envolvido com James e acha que você
sabe o motivo porque ele fugiu. Ele esta furioso e só Deus sabe o
que pode fazer com você quanto te encontrar. Amanda fitou o nada
tentando não imaginar barbaridades.
-
Preciso achar meu pai e descobrir o que aconteceu. Vou ser obrigado a
deixar o US Amanda.
Sem mais serimonia,
arrumou uma mochila com o que pode com suprimentos e corria para o
portão principal com Amanda. Enquanto corriam pelo US ele podia
escutar vozes dizendo “Alguem saiu do US!” “Traidor! Traidor!”.
Eles passavam furtivamente pela confusão de autoridades correndo
para todos os lados tentando prender os animais em suas jaulas
novamente. A sirene vermelha ao tento parecia deixar Curt com mais
medo ainda. Só de pensar que estava saindo do US o deixava com um
medo enorme, tudo que ele conhecia em sua vida inteira estava dentro
das paredes daquela vila de aço. Antes de irem para a o portão,
Curt passou em frente do escritório do seu pai, e achou que teria
pistas que indicariam o que estava acontecendo ou até mesmo para
onde ele teria ido. Revistou todas as gavetas e não achou nada,
então foi olhar o computador pessoal de seu pai. Ele tentou acessar
os arquivos mas possuiam senhas, ficou surpreso quando colocou se
noem como senha e os arquivos começaram a abrir. Eram apenas
formulas químicas e mais formulas, não entendia muito, apenas
reconheceu uma formula, H2O, a formula da água, e tambem um nome,
“Metrocity”, parecia ser uma cidade, mas ele estava ficando sem
tempo, e viu tambem uma anotação colada a tela do computador “Falar
com Dr. Drake”. Assim que chegou ao portão principal, o portão
encontrava-se fechado, era paenas uma sala grande com um portão
enorme. Dando um ultimo abraço apertado em Amanda disse:
-
Vou encontra-lo e tentarei voltar assim que puder.
Amanda não disse nada e
apenas o sinal para ele ir de uma vez. Ele se dirigiu para o painel
de controles e aperto uma sequência de comanados que fez o portão
ranger, abrindo lentamente cada uma das seis feichaduras, então o
portão abriu, uma luz forte o deixou cego por alguns estantes, ele
sentia um vento diferente bater me seu rosto. Começou a caminhar
para fora, assim que saiu pelo portão sentiu uma coisa quente em seu
peito, era um medo bom dessa vez, como se ele fosse livre de verdade
agora. O portão atraz dele começou a fechar lentamente, ele sabia
que não haveria volta dali.
O
que ele via a sua frente parecia ser uma pequena vizinhança
destruida, apenas carcaças do que um dia foi uma simples comunidade
normal. Ele viu uma placa apontando para norte, com uma palavra
escrita ao que parecia ser uma tinta branca. “Metrocity” estava
escrito claramente. Seguiu para norte, mas com os olhos sempre
atentos, pois já tinha ouvido histórias que bandidos e gangues
andavam por todos os lados, procurando vitimas para saquear e
assasinar, parecia que era tudo que eles sabiam fazer hoje em dia.
Quando chegou em
Metrocity, a cidade parecia gigante, murros altos de sucata, todas
colocadas de forma que pareciam impenetraveis, havia luzes por todo
lugar, o portão principal parecia como duas asas de uma espaço nave
enferrujada. Chegando lá, perguntou a uma autoridade que passava
vigiando a rua onde poderia encontrar o Dr. Drake, o plicial da
cidade lhe deu alguma direções para a parte leste da cidade, onde
ficava o distrito de tecnologia. Enquanto Curt andava, reparava em
como a cidade era barulhenta e tinha um constante cheiro de ferrugem
misturada com um fedor de boeiro, várias comerciantes com suas
barracas tentando vender armamentos, suprimentos, água purificada e
mais bugigangas.
Quando chegou ao
laboratório, entrou em uma pequena sala, se deparou com um balcão e
uma recepsionista, perguntou por Drake, e ela o levou até a parte
inferior do láborátorio. Chegando lá encontrou o Dr. Drake, era um
cara magro e alto, usava óculos e tinha um cara comprida, no momento
que ele avistou Curt já veio falando:
-
Você deve ser o filho do Dr. James, vejo a semelhança de longe. Ele
falou que viria.
-
É, sou eu mesmo. Vim buscar meu pai, você sabe para onde ele foi e
por que foi?
-
Sinto muito filho, mas ele foi para o lago Cary. A muito tempo ele
entrou em contato comigo por um sinal de radio muito fraco, não me
pergunte como, ele apenas conseguiu. Ele tinha achado uma solução
para a água poluida pela radiação, me mandou cópias de formulas,
parecia perfeito, mas o processo era muito complicado para que eu
mesmo pudesse realizar, afinal, essa não é a minha area mesmo.
Então ele elaborou um plano para escapar do US 101 e realizar um
teste. Ele iria fazer o teste no lago Cary, fica a poucos quilometros
daqui se quiser ir encontra-lo.
Se
despediu do Dr e foi saindo da cidade e tomou direção ao lago Cary.
A cor do lago na água era uma especie de verde azulado, dava para
quase sentir o cheiro da radiação. Ao lado do lago tinha uma
pequena estação, que dava entrada para um laboratorio abandonado.
Curt foi entrando, havia umas escadas pequenas que levavam para baixo
do lago, um teto de vidro o deixa ver o interior do lago, mais a
frente havia um painel gigante e um tubo pelo qual podia passar a
água do rio. Havia um bilhete em cima da mesa. Curt começou a le-lo
e dizia “Sabia que daria um jeito de chegar até aqui filho, não
pude terminar o teste eu mesmo, pois outras coisas precisavam da
minha atenção, esta não é a minha única pesquisa importante,
preciso de um favor, que você termine o teste para mim, você só
precisa encaixar o motor na parte de fora do tubo, não tem erro, e
depois ligar o gerador na chave principal. Assim que terminar leve os
resultados de volta para o Dr. Drake, presumo que você já tenha o
conhecido, assim que terminar preciso que você venha até
Centertown, você poderia me ajudar com o próximo esperimento.
Espero te ver em breve filho.” Curt terminando de ler a carta, fez
exatamente o que o pai pediu. O motor começou a fazer um barulho
estranho e a puxar a água, imcivelmente ele conseguia purificar a
água, era como mágica diante dos seus olhos. A água era
transparente, tanto que Curt não exitou em tomar um pouco.
Saiu da estação
subterranea e voltou ao laboratorio de Drake.
-
Dr, o teste funcionou perfeitamente, trouxe um pouco da água comigo
para você mesmo analizar.
Drake analizou
cuidadosamente a água e ficou surpreso.
-
Incrivel, seu pai realmente conseguiu o impossivel. Vou mandar as
formulas e um pouco de amostra para uns cientistas meus. Se isso der
certo vai revolucionar tudo! Mas me diga rapaz, encontrou seu pai?
-
Ainda não, ele mencionou alguma coisa em Centertown, vou para lá
encontra-lo. Falou alguma coisa sobre mais pesquisas importantes.
-
Em Centertown? Ele só pode estar falando em um biocombustivel, pois
é lá que ficava o maior laboratorio de combustiveis. Boa sorte,
mande lembraças ao seu pai.
Sem mais delongas, Curt
partiu novamente para Centertown, sem saber ao certo o que esperar,
mas estava realmente anciosos para rever o pai. Quem sabe isso não
seria um novo jeito de retomar a vida e quem sabe até mesmo o mundo.
Curt sonhava longe enquanto camaninhava em direção ao por do sol.
Luiz Douglas da Silva
Martins
Perfectionem
Ano de 2058 a humanidade
já não é mais a mesma, o ambiente inóspito com o que restou da
vida, não que não vivamos, mas se é que pode chamar o que fazemos
de viver. Desde que a humanidade descobriu a manipulação das
células genéticas e a tecnologia passou a ser implantada no
nascimento, a humanidade tem ido cada vez mais em busca da perfeição,
o que é chamado de divinificação. Na hora em que se nasce é
implantado um microssistema que viaja através da corrente sanguínea
tornando impossível de ser retirado ou transferido de uma pessoa
para outra, pois este microssistema é como um parasita assim que o
hospedeiro morre e o sangue para de ser bombeado o parasita morre
consigo, os habitantes mais antigos também foram submetidos a esse
micro-sistema, e os que se revoltaram contra isso são chamados de
unheard e só tem acesso ao básico do que necessitam para
sobreviver, e nada além disso.
A religião passou a ser
tratada pela maioria como lenda ou atraso para a humanidade, já que
humanos podem se alto titular seres perfeitos e divinos.
Quando nasci, a ideia de
ser implantado o micro-sistema já era feita mas comigo por alguma
razão foi diferente, não lembro de minha infância ou adolescência,
pra dizer a verdade não lembro de nada a meu respeito, apenas uma
coisa vaga por minha memória como um flash, o rosto de uma mulher,
linda, cabelos negros, olhar tímido e sorriso sincero, esses flashes
passam constantemente em minha mente, e sinto que tudo se esclarecerá
quando encontrar ela.
Desde o que me
lembro, sou como sou, sem história ou nome comprovados, dado a esse
feito me nomeei Kasoro, e tenho tentado desde então ter acesso a
minha história e vida verdadeira. Porém tudo se torna complicado
quando você é um unherard.
Em busca de minha
história e quase sem esperanças, resolvi buscar a resposta em um
lugar pouco frequentado por aqui, uma Catedral, lá vejo um homem já
de idade, que já quase sem forças para se levantar, ainda ora e
pede algo em silêncio, com uma lagrima escorrendo de seu olho,
observei-o por algum tempo, até que o vejo se levantando e saindo
pela porta principal, vou então atrás dele e pergunto:
- Senhor !
- Sim ?
- O senhor ainda tem fé
?
- E por que não deveria
ter, o mundo está cada vez mais “perfeito” – me responde com
um sorriso sarcástico.
Naquele momento percebi
o porquê de sua lágrima, mas mesmo assim não deixei de perguntar:
- O senhor sente falta
dos velhos tempos?
- Meu jovem, os tempos
mudaram, por mais que eu tenta-se lhe explicar algo de meu tempo,
tudo o que você sabe e vê hoje, não o deixariam acreditar em como
eram os meus tempos.
Neste momento o abracei,
e antes de soltá-lo quebrei-lhe o pescoço e o deixei levemente
deitar-se ao chão, descendo as escadas, olho para traz e o vejo com
aquele mesmo sorriso de antes, mas agora sem ironia.
Após a morte daquele
senhor, o flash dela me veio novamente a mente, porém desta
vez, após o flash, uma forte dor veio na parte de traz de minha
cabeça, logo minha visão escurece e já não escuto som nenhum.
Ao acordar estou em um
ambulatório, na ala de neurologia, levanto-me porém me pareço um
pouco tonto, como se tive-se sido dopado, o que hoje já não se é
feito pois temos equipamentos que induzem ao sono profundo, o que
pode ajudar em cirurgias, mesmo estas não sendo tão feitas hoje, já
que com um organismo praticamente imune e auto protegido, doenças
são raras. Levanto-me da cama com um pouco de dificuldade, e vejo
médicos analisando raios-x aparentemente de um cérebro, quando
percebem minha presença falam algo, que não consigo entender, pois
o efeito da dopagem ainda não passou totalmente, eles veem em minha
direção e aplicam algo em meu pescoço, tudo se apaga novamente.
Acordo em uma estação
de transporte, e a única coisa da qual me lembro e de ter conversado
com um senhor na Catedral, e mata-lo, após isso tudo se apagou e
agora estou aqui, em uma estação central de transporte. Coisas como
estas acontecem sempre que a lembrança do rosto dela veem a
minha mente.
Entrando em um veiculo
de transporte, seleciono a rota de um hotel, onde tenho passado o
tempo desde que me lembro de algo. Já passam das onze da noite,
mesmo cansado e sem saber bem o que aconteceu, será difícil
conseguir dormir, sabendo que mais um dia se passou e outro virá e
eu ainda não tenho nenhuma resposta da onde vim, ou onde devo ir.
Naquela noite, sonho com
ela, porém já não é mais apenas um flash, ela está em um
quarto, muito bonito, decoração antiga, moveis ainda artesanais
feitos a mão, ela se senta na cama, parece que eu irei toca lá, seu
rosto vira-se para a janela do quarto, passo minha mão deslizando
por sua pela clara, ela se virá novamente para mim e como se
estive-se se aconchegando passa calmamente seu rosto por minha mão,
mas de seus olhos caem lágrimas, tento seca-las porem o flash acaba
e eu me acordo, tudo parece não passar de um sonho, fim, naquela
noite não consigo mais dormir, refletindo, pensando, analisando
todas as possíveis causas deste sonho, seria isso uma lembrança de
uma vida passada, ou sinal de algo ? Independente do que fosse este
sonho eu preciso encontra-la, viva ou morta, pois cada vez mais tenho
a certeza de algo nela me dará uma resposta.
A fé que tenho, de que
algo maior exista está cada vez mais fraca, onde busco respostas
encontro a “perfeição”, então me coloco em discussão com este
ser superior, em livros conta-se a história de um ser perfeito, e
que ninguém poderá jamais se tornar como ele, então por que ele
deixaria uma blasfêmia como está estar acontecendo, deixar o mundo
que ele mesmo criou se denominar tão tal como ele? A resposta é que
provavelmente ele não exista.
Já quase sem
alternativas, resolvo testar o que antigamente muitos me condenariam
se eu o fizesse, mas hoje poucos se importam pois são “perfeitos”
e não temem a nada, a tecnologia e os avanços de cada dia os
protege de qualquer mal que possa ocorrer, sendo assim, resolvo
testar se seres além deste mundo, forças superiores existem,
desafio que o ser superior castigue a todos com seu poder
inestimável, mas tal ato não ocorre, já como esperado, recoro
então ao outro lado, este lado que hoje pouco falam, outros dizem
até que nunca existiu, peço então a este que se exista prove-me me
mostrando meu passado, mas antes mesmo de terminar meu pedido, o céu
estronde-se e ao meu lado um senhor dizendo que minha prece será
concedida, pergunto-lhe:
- Como pode você, me
conceder o que peço ?
- Você clamou por mim,
eu estou aqui, não acredita que eu posso realizar o que pedes?
- Não apenas não
creio como sei que não pode.
Com um sorriso no canto
de seus lábios, e um olhar para o nada, ele apenas retira seu
chapéu, e o joga em minha direção, sem tempo de reação aquilo me
acerta com tamanha força para um simples chapéu e a dor que sinto
não pode ser comparada a nada é algo que ultrapassa os limites
físicos, creio que algo semelhante a morte mais lenta que exista, é
como se isso estive-se acontecendo milhares de vezes, eu estive-se
morrendo várias vezes sem ao menos morrer de verdade o que seria um
alivio em tamanha dor, mas, após isso consigo ver claramente ela
e agora sei que está viva em algum lugar não longe de mim, sei
onde encontra-la sei o que sou e para que estou aqui. Porém tudo
acaba, e aquele senhor está em minha frente agora, olhando fixamente
em meus olhos, e colocando novamente seu chapéu, ele se vira, e
começa a andar, pergunto a ele:
- E agora, o que eu faço
?
E ele sem se virar, me
responde sarcasticamente:
- Agora você realiza um
desejo meu.
- Que desejo? O que eu
poderia fazer para compensar o que fez para mim ?
Agora gargalhando ele me
responde:
- Esquece-se de tudo o
que lhe mostrei.
- Mas por que eu faria
isso, nem mesmo se eu quisesse esquecer, o que eu vi respondeu tudo
que eu precisava saber.
- Você não precisa
querer, já está feito.
E assim do mesmo jeito
que apareceu, agora não estava mais lá. Eu agora despreocupado com
minha história, penso como vou esquecer o que vi, tudo se esclareceu
tudo está em seu lugar preciso apenas chegar até ela e
mostrar que estou bem.
Mas aos poucos o rosto
dela vai desaparecendo de minha memória, o lugar onde está, o que
éramos juntos, tudo está sumindo, minha mente está se esvaziando
novamente, e tudo que vejo é o sorriso daquele senhor, tudo escurece
ouço apenas uma coisa em minha mente:
- Não desista.
Abro meus olhos e aquele
senhor que consigo lembrar de seu rosto mas não consigo associar á
um nome ou da onde o conhecia, está lá parado ao meu lado, com um
sorriso sarcástico dizendo:
- Você ainda tem fé?
Sem saber ao certo quem
é ele, e por que está pergunta, não sei o que responder, e ao
tentar me levantar para respondê-lo ele sorrindo, olha em meus olhos
e diz:
- Abandone-a! Esqueça-a!
Agora você é meu.
Uma imensa dor em minha
cabeça não me deixa fazer nada, a dor é horrível, sinto como se
meu cérebro cresce-se sem parar, e eu nada podia fazer contra isso,
mas a dor passa como uma brisa de vento forte. E outro sorriso
aparece em minha mente um flash curto de memória, um rosto lindo,
cabelos negros e um olhar tímido. Abro meus olhos e aquele senhor me
segurando fortemente grita olhando profundamente em meus olhos:
- Esqueça-a!
Mas não posso fazer o
que ele pede aquele rosto lindo de pele clara, continua a aparecer em
flashes de memória, como que cada vez em um intervalo de tempo
menor, este senhor em minha frente já sem paciência, me levanta e
me pede para que mate alguém, algo que antes eu conseguia fazer sem
remorso algum agora parece algo impossível de realizar, este senhor
ao meu lado coloca uma arma em minha mão e quase que apertando o
gatilho para mim pede para que eu faça, mate qualquer um que passar
em meu caminho, mas não posso, o sorriso dela não permite que eu
realize tal ato, ele então já sem mais o que fazer coloca a mão em
meu peito e diz:
- Agora, agora você tem
fé? Agora você acredita Nele? Acredita mesmo que tendo esperança
agora pode se livrar de mim? Se engana se pensa assim.
Ele então me solta, e
como se não senti-se minhas pernas ou qualquer parte de meu corpo
caio, mas alguém logo me ajuda a me levantar, é uma garota jovem,
ela chega a porta de um hospital e me deixa lá, entendo então o
porque, ela não tem o “parasita” é um ser humano normal, e
sendo assim é um unheard, e não tem acesso ao hospital, logo
enfermeiros veem me buscar, mas estão com cara de espanto ao me ver
ali, sou levado para dentro, lá me colocam em uma maca e sou levado
as pressas para uma sala no interior daquele hospital, chegando lá
dois médicos estão se preparando para um tipo de cirurgia, mas sem
maquinas, o que é muito estranho, então alguém entra pela porta,
todos no quarto ficam com cara de espanto, mas não movem um músculo,
um voz doce pede a retirada de todos, e assim é, todos saem, passa
por mim então uma mulher, mas a vejo só de costas, cabelos negros,
presos, ao se virar, a reconheço, é ela, ela é quem eu via
em meus flashes, fico feliz por ter a encontrado, mas ela não parece
estar como eu, lagrimas escorrem de seus olhos, eu sem poder me
mover, não posso fazer nada a não ser tentar uma pergunta:
- Quem é você ?
Chorando
desesperadamente ela responde:
- Rebeca, sua esposa,
você não lembra?!
Minha esposa? Mas como
poderia ter me casado se nem ao menos meu nome eu sei? Sem ter forças
para tentar uma segunda pergunta, calado aguardo ela continuar:
- Eu já não sabia mais
o que fazer, para ficarmos juntos você precisa de uma identificação,
disseram que era impossível, que não havia como mas mesmo assim
tive de tentar me perdoe.
Não estava conseguindo
entender nada, mas sem tem como interrompe-la a única coisa que eu
poderia fazer era aguardar:
- Me disseram que
poderia haver efeitos colaterais caso tal processo fosse feito, porém
não esperava isso, esquecer de mim e da sua filha, esquecer o quanto
éramos felizes, se tornar agressivo e cometer crimes tão cruéis.
Tentei varias vezes mudar o erro que eu havia feito, porém cada erro
que eu tentava corrigir acarretava em outro, e cada vez você se
esquecia mais de sua vida, mas fui forçada a continuar tentando, meu
amor por você não me deixou parar. Você é um humano diferente,
sua capacidade cerebral é mais elevada seu organismo responde
diferente dos outros, ao nascer o microssistema implantado em você
morreu assim que entrou na corrente sanguínea, o conheci ainda
jovem, e juntos namoramos por muito tempo, porém eu queria uma
carreira de sucesso e com um unheard ao meu lado não seria possível,
por isso ao nos casarmos, após eu fazer testes durante anos, tentei
convencer você de que seria possível implantar um microssistema
diferente em você porém dando as devidas qualificações
necessárias, você negou varias vezes, então fui forçada a fazer
sem o seu consentimento, mas não saiu como esperado seu organismo
reagiu diferente a este “parasita” o aceitou de forma estranha, e
por seus crimes e atos catastróficos, tive de colocar em você um
microchip, o qual sempre que eu consegui-se avançar em meus estudos
e precisa-se de você, me daria sua localização exata e o doparia,
para que eu pude-se busca-lo, mas aos poucos, você foi morrendo,
quem sabe a imensa fé em que você tinha antes de eu colocar isso em
você, tenha te salvado até agora, mas não há mais salvação, me
perdoe, me perdoe.
Tudo estava esclarecido
agora, porém já não adiantava mais saber meu passado se eu não
tinha um futuro a seguir, saber que a busca pela perfeição da
humanidade trouxe apenas mais um problema a descriminação genética,
o que levou minha própria mulher a fazer um ato desesperado, agora
sei o por que de quando eu desafiei o Senhor, a punir todos nós, por
nos dizermos perfeitos, Ele não o fez, porque mesmo antes de eu
desafia-lo ela já havia feito, arvores e animais, são encontrados
em livros de história infantil, amor não existe em parte alguma,
você só se casara e “amará” se sua genética for compatível
com a do seu parceiro, a divinificação esqueceu de uma coisa, não
há como definir perfeito, a não ser Ele.
E agora a ultima coisa
que consigo lembrar, é que quando a lagrima dela escoria em meu
sonho, eu não pude seca-la porque eu não sou perfeito.
Günther Weissböck
Era um belo dia, eu já
estava na escola e resolvi passear um pouco, indo até uma sacada que
tinha visão para o portão do colégio, onde se podia ver 3
inspetores rondando o pátio, com um sol não tanto forte, me
sentando no vão do ferro onde se encontrava a sacada, começando a
observar a rua, sentindo uma leve paz e um silêncio.
Aos poucos, vejo um homem
se aproximar, podendo notar que a sua roupa já estava bastante
gasta, e seu rosto não parecia normal, enquanto o mesmo encostava-se
ao portão da escola, começando a dar alguns gemidos pequenos,
passando seus braços entre os vãos, achando aquilo muito esquisito
começo a observar com mais atenção, notando que os inspetores
pedem para o mesmo se retirar ou se afastar do portão. A medida que
o tempo passa, um dos inspetores carrega uma chave para perto do
portão, abrindo o mesmo e pedindo para o senhor se retirar, e sem
mais nem menos, o homem cujo o rosto estava totalmente deformado pula
diante do inspetor, fazendo o mesmo cair ao chão, mordendo seu
pescoço e arrancando parte do mesmo fora, de imediato fazendo eu me
levantar, com os olhos arregalados vou começando a me afastar,
enquanto os inspetores começam a correr na direção do homem,
também sendo atacados.
Começo a correr, abrindo
a porta que da acesso ao corredor, ficando de frente para a minha
sala e como não havia aula, apenas chamo alguns de meus amigos e
peço apenas para eles correrem que eu explicaria depois. Vamos
correndo aos poucos, enquanto o sinal para o intervalo bate, já
sabendo que as pessoas que iriam descer também seriam atacadas,
começando a me preocupar ainda mais, abro uma das portas que as
funcionarias faziam a limpeza, encontrando por um acaso um taco, e
alguns cabos de vassoura, entregando aos meus amigos, pedindo para
que distanciem aos poucos, enquanto vou contando a história.
Olhamos para a janela e
podemos notar que muitos que estavam no pátio já haviam sido
infectados por algum tipo de vírus, enquanto iam se espalhando, meus
amigos e eu íamos correndo em direção do lugar mais alto do prédio
da escola, bastante preocupados principalmente com as nossas famílias
e como sairíamos de lá.
Ao abrir a porta para a
passagem do lugar mais alto do prédio, nos deparamos com uma menina,
totalmente ensanguentada, dando alguns passos para trás a menina sai
correndo em nossa direção, e em um ato heroico um de meus amigos
joga o taco na direção da cabeça de nosso infeliz mutante,
paralisando totalmente os movimentos do mesmo, e assim descobrimos
que poderíamos parar os mesmos com uma forte pancada na cabeça.
Ao matarmos um estilo de
‘zumbi’, atraímos a atenção de muitos devido o barulho, então
saímos correndo na direção do lugar mais alto, jogando várias
coisas pelo caminho para que então pudéssemos atrasar os inimigos,
e assim que chegamos a escada um dos zumbis consegue pegar a perna de
meu amigo, mordendo a mesma, enquanto os meus outros dois amigos vão
apunhalando o zumbi na cabeça para que então soltasse a perna do
mesmo.
Jogamos um armário sobre
a escada para os zumbis se atrasarem a vir atrás de nós, e
carregamos nosso amigo para o teto da escola, e com uma voz fraca ele
fala:
- Me mate, ele me mordeu
e provavelmente eu serei infectado, por favor..
O outro amigo, num ato de
desespero retorna:
- Não! Não vamos matar
você, se acalma alguém vira nos pegar, eu tenho certeza disto...
Após estas palavras,
ouve-se um grito do amigo que havia sido infectado, enquanto suas
veias iam saltando para fora, e sua pele ia começando a ficar
escura, ele ia cuspindo sangue enquanto ia gritando para mata-lo, eis
que o amigo que estava mais quieta pega o taco que estava no chão, e
num ato de coragem ele bate com toda sua força sob a cabeça do
amigo infectado, matando o mesmo para que suas vidas fossem salvas.
Todos se abaixaram e
começaram a se lamentar, e eu apenas observando toda a cena, sem
poder me mover, totalmente em choque, travado e sem voz, sem saber o
que fazer diante desta situação, pois nunca eu havia presenciado
tal ato.
Após alguns segundos,
meus dois amigos Jin e Ork começam a me cutucar, pedindo para que eu
explicasse melhor a história, então calmamente eu fui contando
novamente a história, e então Jin que era extremamente inteligente
e gostava muito de ficções, começou a deduzir que isso poderia ser
algum tipo de doença que havia sido espalhada pela cidade, para que
houvesse tal Holocausto.
Após ficarmos em
silêncio por muito tempo, vou notando que os zumbis desistem da
gente, sentindo algo muito estranho, pois nós ainda estávamos ali,
então eu falo:
- Viram isto? Os zumbis
estão desistindo... Acho que eles só atacam pelo barulho, eu quero
testar isto...
Jin e Ork de inicio ficam
preocupados, mas aceitam testar a ação, então pulamos aquele
armário que deixamos na escada e vamos em direção do corredor,
pegando o tênis da menina que um de meus amigos havia matado antes,
jogando na direção de um armário bem longe de nós, e então como
pensado muitos zumbis iam correndo na direção do tênis, pulando em
sua direção, pois eram movidos apenas pelo som.
Então, vamos calmamente
andando pelo corredor, enquanto os zumbis ainda estavam procurando
pelo tênis, podendo sair em silêncio até chegar a sala de
materiais, onde eram feitos os experimentos de química, enquanto meu
amigo Ork e Jin vão adentrando a sala, fecho a porta calmamente para
não realizar nenhum tipo de barulho.
Como havia contado antes,
Jin era um cara muito inteligente, então rapidamente pegou alguns
pedaços de madeira pequenos, encaixou os mesmos e realizou um tipo
de estilingue, pegando várias caixas de prego que havia ali por
perto, fazendo um tipo de arma para nos proteger caso precisássemos.
Eu com um taco, meu amigo
Jin com uma seta e outro amigo Ork com um cabo de vassoura cortado
pela metade e ampliado com algumas madeiras e pregos do laboratório,
vamos saindo da sala na direção do corredor que da acesso a saída
do colégio, causando um pouco de barulho e chamando atenção de
meia dúzia de zumbis, e com uma coragem que jamais tínhamos antes,
saímos correndo na direção do mesmo, enquanto Jin fica na
retaguarda, já acertando a cabeça de um dos zumbis, Ork sai
correndo e acertar mais dois zumbis, sobrando apenas um zumbi que
estava se levantando, jogando o taco com toda a minha força,
conseguindo se livrar da primeira remessa dos mutantes, enquanto
íamos saindo correndo na direção da saída, enquanto pensávamos
em algum plano para fugirmos dali.
Desesperados, Ork começa
a dialogar.
- Eu preciso ir para
casa, preciso de minha família... Preciso saber se eles estão bem.
Jin também responde:
- Eu também... Eu não
sei o que esta acontecendo mas eu não quero ficar aqui, é melhor a
gente dar o fora antes que a gente fique iguais a eles.
Quieto, penso um pouco e
falo:
- Não irá adiantar de
nada se a gente se separar... A gente vai ter que pensar como um e
fazer algo pra gente escapar dessa, se a gente conseguiu escapar
nossos familiares com certeza estarão bem, eu não duvido disto, mas
a gente tem que pensar agora em nós, como a gente vai sair daqui.
Recebo um sim de meus
dois amigos, enquanto vamos andando pelas ruas totalmente desertas,
vários vidros quebrados, carros pegando fogo, lixo, placas de metal
jogados no meio da rua, podendo notar que aquilo já havia se
iniciado faz algum tempo, novamente ficando preocupado com nossos
familiares, mas tentando não transparecer, enquanto chegamos a uma
esquina de um supermercado.
Totalmente escancarado,
as portas quebradas e vários alimentos fora de seus lugares, sugiro
que a gente pegasse alguns suplementos antes de iniciar nossa
caminhada, pois uma hora ou outra iriamos necessitar daquilo.
Vamos caminhando na
direção do supermercado enquanto pegamos uma caixa, jogando ali
vários tipos de comida, isqueiros, barracas, lanterna, utensílios
que poderiam ser usados como arma contra os zumbis e etc.
Após sair do mercado com
a caixa totalmente cheia, vamos andando até chegar a outra esquina,
encontrando um orelhão, saindo correndo na direção do mesmo e
discando o número de casa, número do celular de meu pai, de minha
mãe porém todos estavam sem serviço, acabando com as esperanças
que eu tinha no momento, desligando o orelhão...
O sol começa a sumir,
enquanto as nuvens vão tomando conta do céu apenas digo para
acharmos um lugar para nos instalar e armar nossas coisas, para
passar a primeira noite do Holocausto contra os zumbis, encontrando
uma esquina fechada, armando a barraca e colocando vários objetos
para que fechasse uma roda.
Dois dormiam enquanto um
vigiava o local, podendo notar que alguns zumbis passavam perto de
nosso acampamento, mas como estávamos em silêncio, eles apenas
passavam por nós, com um odor horrível e gemendo baixinho, dando um
medo extra em nós, mas sempre tentando manter a calma, pois nossas
vidas estavam em risco ali.
A manha vai chegando,
enquanto os três já mais descansados começam a comer um bocado,
matando um pouco da fome que estavam pois haviam gastado muita
energia para corredor dos mutantes.
Eu e meus dois amigos
pegamos as coisas e nos levantamos, guardando-as novamente nas
caixas, enquanto vamos caminhando pelas ruas novamente desertas, nos
deparamos com um bar e uma televisão ligada, diretamente do
noticiário, enquanto íamos nos aproximando com calma para poder
escutar o que estava se passando, sem chamar a atenção dos
mutantes.
Após chegarmos perto, as
noticias eram as seguintes:
“A doença se propaga
por toda as Américas, Na china já está havendo a possibilidade de
se jogar uma bomba, pois á muito poucos sobreviventes, na Europa a
doença vai chegando aos poucos.”
Depois de muita
informação a mulher completa:
“A real causa da doença
é que os Estados Unidos lançou essa doença em um laboratório
controlado para erradicar uma raça inteira, seria uma tática de
guerra, mais ele saiu do controle pois os pesquisadores viraram
zumbis e começaram a atacar a todos.”
A mulher vai explicando
melhor, mais antes que ela terminasse uma invasão de zumbis entra no
estúdio escondido onde as noticias estavam sendo feitas, enquanto
íamos assistindo a moça ser dolorosamente mordida pelos zumbis,
colocando a mão em minha boca e vendo o tamanho de tal crueldade,
começando a caminhar para trás.
Vamos saindo no bar,
notando alguns zumbis em nossa lateral direita, pegando uma pedra e
jogando para longe de nós para que os zumbis se atraíssem pelo
barulho e então poder sair de fininho para também não acabar como
eles, retirando o meu taco revestido com pregos e algumas madeiras,
caso eu precisasse usá-lo.
Após algum tempo, vamos
andando por uma rua totalmente deserta, enquanto passamos por outro
bar, ouvimos a noticia.
- “A bomba que irá
atingir a América Latina já foi lançada, não há sobreviventes
nesta região.”
Olho para meus amigos,
vendo que o esforço que havíamos feito tinha sido em vão, então
me ajoelho ao chão, olhando para cima e falando algumas palavras,
tirando um pacote de salgadinho da caixa, sentando ao lado de meus
amigos enquanto uma vasta poeira ia se aproximando de nós, com um
barulho muito forte, sendo engolido pela explosão e morrendo ali
mesmo, porém perto de meus amigos que estavam comigo até o final,
na alegria ou na tristeza.
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