MENU

7 de jan. de 2012

#33 Michel Teló, Danilo Gentili, Funk e o que você quiser


Divulgação Band/Adriano Vizoni/Folhapress
Na última semana ouve uma polêmica que circulou nas redes sociais a respeito da capa da revista época, em que Michel Teló aparecia, e algumas afirmações sobre os valores da cultura popular. Quem gosta do estilo defendeu, Danilo Gentili afirmou que nunca ouviu mas que as pessoas tem inveja de brasileiro fazer sucesso fora do país, e comparou com a imagem que o Carnaval passa.
Outros defenderam, que a música que anda fazendo sucesso não tem nada de ofensivo, já outras acham um absurdo, outros compararam com o funk. 
Alguns acreditam que ela não tem conteúdo... e por aí vai... as opiniões são imensas. 
O que pretendo aqui é fazer uma reflexão sobre tudo isso, porque aparentemente todos tem um pouco de razão.
O mercado é quem manda, pois rola o boato que até Paula Fernandes era cantora de Rock e MPB pelas noites afora, mas aí um produtor deu a dica de cantar sertanejo, e deu certo. Michel Teló é fruto desse mercado, de um estilo musical que não prioriza o conteúdo em suas letras, é mais para dar risada, dançar, assim como o funk carioca, que é um funk diferente do americano.
É fato que alguns estilos musicais não são populares como outros, o que deve ser visto pelo que se espera de uma música. Não sei o porque, mas aparentemente a maioria prefere música para dançar como É o Tchan, Sertanejo Universitário, Samba. Não que todas as letras sejam sem conteúdo, mas normalmente é alguém "corniando" o outro, falando da bunda ou peito de alguém... 
Até bem pouco tempo atrás o pessoal só conhecia as músicas por rádio ou TV. E aí manda quem pode pagar para expor o produto. Quem tem acesso ao mundo virtual, pode garimpar por todos os lados novas bandas, grupos, duplas e estilos. Não precisa ficar preso ao que a mídia de massa impõem.
A maior polêmica, acredito que está na afirmação da "transmissão dos valores da cultura popular". Cultura é tudo que a humanidade produz, então se for feito por algum de nós, faz parte desse conjunto (infelizmente), mas isso não quer dizer que todos os seres humanos concordam. A capa da revista utilizou-se de alguém em alta para poder expor sua revista e fazer com que as pessoas comprem. Assim como eu estou me aproveitando dessa situação para fazer essa postagem e quem sabe, aumentar o número de visitantes devido ao fato de colocar nome de pessoas conhecidas no título. 
Mas o problema disso tudo, é que é difícil respeitar o ponto de vista do outro, de querer que todos enxerguem as coisas como você. É frustrante quando não concordam com a sua opinião. Mas esse é o mundo, os pontos de vista são variados, as realidades são diferentes. Todos tem seus interesses, e infelizmente o interesse mercadológico fala mais alto.
Se não gostamos de algum estilo musical, devemos evitar de frequentar lugares que tocam determinado estilo, assistir programas que mostram ele, devemos procurar aquilo que nos interssa e evitar o que não gostamos. Aí, se a maioria prefere, paciência, em determinados momentos teremos que suportar, mas não precisamos nos desrespeitar.
Não estou defendendo esses estilos musicais como funk, sertanejo universitário, músicas que Michel Teló e outros fazem sucesso passageiro... mas o que podemos fazer, senão evitar e buscar aquilo que nos agrada?
Talvez a postagem esteja confusa, mas espero que vocês discordem e comentem abaixo.



7 comentários:

  1. Pois é Daniel, primeiramente, parabéns pelo texto, pois, em nível de opinião, você contextualiza a verdadeira realidade do que está sendo conceituado sobre a nossa cultura na mídia. Penso que há divergencias nesse aspecto de opinioes, cada um tem a sua e, como voce citou, queremos que todos concordem conosco. Falando de forma franca, estamos na era da imagem, onde o conteúdo é esquecido. Você já imaginou se a mesma música (ai se eu te pego...)ao invés de ser cantada por Teló, fosse cantada por um cara que não fosse boa pinta? Até mesmo porque, essa música, segundo informações, nao é insólita dele,contudo, foi na voz dele que o sucesso estourou. Paula Fernandes, se fosse baixinha e gordinha, nem com toda aquela voz de algodão que ela possui estaria na telinha do plim-plim. Porconsequencia, é que registro aqui minha "pena" à cultura e ao povo que se deixa levar por essa imposição, gostando do que a mídia "acha" que é bom. Cada um tem que seguir o que realmente gosta, mas se importanto sim com a qualidade e do que está abrindo as portas de casa para fazer parte da "família".

    ResponderExcluir
  2. Eu não sei o porquê de tanta polêmica, um rapaz que faz sucesso com uma música que tem uma letra totalmente sem sentido, a mídia controlando o que faz ou não sucesso. Qual é a novidade? A mídia, as gravadoras, os artistas, almejam o quê? A qualidade de letras bem elaboradas, uma música requintada, ou o lucro rápido? Não preciso nem responder. Mas eu coloco uma argumentação: Daqui a alguns anos quem vai lembrar ou escutar Michel Teló, mas eu te garanto que as músicas do Zeca Baleiro, Seu Jorge, Chico Buarque, Paralamas, entre outros, essas sim serão eternizadas. Concordo com vc Daniel, escuta quem quer, apesar de boa parte da sociedade ser escrava do modismo que a mídia impõe (não só na esfera musical, o controle é total, propagamos conceitos morais a lá Boris Casoi, rsrsrsrs) alienante e alienador. Abraços Daniel... e parabéns pelo Blog.

    ResponderExcluir
  3. parabéns primo, tenho acompanhado alguns dos seus posts, mas dessa vez resolvi me manifestar tb... realmente é difícil aceitar os estilos que não nos agradam, principalmente quando insistem em ecoar, e se repetirem (inclusive dentro de nossas cabeças pois gostando ou não algumas melodias parecem ficar em loop na memória!!!). Mas também concordo com o que o Marcelo disse: o tempo é soberano para tudo! e assim, músicas e artistas ou qualquer outro produto de qualidade inferior perecem e serão logo substituídos por novos "descartáveis" tanto quanto eles... Se ao completar 63 anos o Michel Teló ainda conseguir vender CDs (ou qqer que seja a mídia que existir)tal como Steven Tyler (Aerosmith), eu prometo que irei ao show dele!!! Abração! Carpe Diem!

    ResponderExcluir
  4. Valeu pessoal. Obrigado pelos comentários.
    Bem, Michel Teló corre um sério risco de não ser lembrado daqui 5 anos... Mas quem viver verá...

    ResponderExcluir
  5. Daniel, você tocou num ponto importante, o da humildade cultural. Eu tento trabalhar a tal humildade no meu dia a dia, meu problema não é mesmo o Michel Teló, meu problema é a revista. :-)

    Abraço

    ResponderExcluir
  6. Realmente, esse sucesso é passageiro. Isso acontece com todos os cantores desse tipo de música. Alguém lembra: "da beijinho na menina", "créu", "égua pocotó"... e dessa mesma forma vão acabar o "cuduro" e "ai, se te pego". E a mídia vai apresentar outras e as pessoas vão ouvir essas outras, e essas também se vão.

    ResponderExcluir
  7. Gostei do seu texto. Eu acho que é um modismo que passa. Na voz de Michel de Teló já se ouviu outras letras, quando o mesmo cantava no grupo Tradição,que hoje estão esquecidas. Mas é impossível não se "contaminar" com o ritmo, pois toca em todos os lugares: tv,som de rua, propaganda, etc. etc. Quando menos espero a Maria Clara (3 anos)canta em alto e bom português "aí se eu te pego, delícia, delícia... e por aí afora... acredito que em poucos dias já saiba a versão em espanhol, e não é de duvidar que aprenda em inglês também.
    E eu só consiga repetir para ela "assim você me mata".

    ResponderExcluir