Um dia desses vi uma cena que me chamou a atenção: um cachorro, atrás de um pedaço de madeira, que rente ao chão tinha um fresto. O cachorro estava a olhar para o horizonte por aquele fresto. Além disso, ele mora numa kitinet, e essa situação passava na pequena varanda... fiquei cuidando sua atitude, e por toda a tarde ele ficou naquela posição e só saiu quando retornou para dentro da casa.
Fiquei pensando o que poderia passar pela cabeça dele, e acredito que havia uma vontade enorme de romper aquela barreira e sair correndo, pulando, aproveitando a sua vida. Porém, como deve ter sido adestrado para não ultrapassar aquele espaço, comportava-se, mas reprimindo a sua vontade. E pensei, como deve ser triste para um animal, que deveria estar correndo solto e gastando sua energia, ficar preso num pequeno espaço, vendo a vida passar.
Além de imaginar o que ele pensava, pensei na nossa situação (minha e de vocês). Quanto tempo não ficamos presos a um pequeno espaço, muitas vezes com medo de tentar, e vemos a vida passar.
Muitos colegas tem tentado empregos melhores, fazendo concursos em todos os cantos do Brasil, independente de região. Mas penso que quantos tentam apenas naquele pequeno círculo a que estam acostumados e não ousam distanciar-se.
A diferença entre nós e o cachorro, está na possibilidade de raciocinar. O cachorro foi adestrado e vai sofrer punições se romper a barreira. Nós, bem ou mal fomos ensinados, mas a possibilidade de romper as barreiras depende em partes de ousarmos.
Não fiquemos observando as coisas por um pequeno fresto, ousemos e vejamos de forma mais clara e ampla as coisas.
Bem verdade o que você escreveu, Daniel. Eu mesmo, pensei muito, mas muito mesmo, antes de tomar a atitude de mudar de cidade, e olhe que a distância, você sabe, é de apenas 20 quilômetros uma da outra. São poucas as pessoas que não têm medo do novo. Temos medo, mas precisamos, devemos ousar.
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