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15 de out. de 2011

#16 Sou professor

Não sei se você  já percebeu, mas sou professor. E esse post é para refletir um pouco sobre a profissão e como me tornei.

Nunca pensei em ser professor, quando criança falava que gostaria de ser dentista, depois pensei em ser jogador de futebol (mas logo percebi que não levava muito jeito). Então, quando adolescente, pensei em ser jornalista e os primeiros vestibulares foram para Comunicação Social. Ainda bem que não passei!


Quando estava no Ensino Médio tive o primeiro contato com a disciplina de Filosofia, e ficava maravilhado por ela, era interessante pois ali tinha um espaço para expor as ideias, refletir sobre assuntos do cotidiano, percebo que nas aulas de Português a professora também tentava nos dar essa oportunidade, mas Filosofia mudou minha vida, literalmente.

Meus pais não gostariam muito que eu fosse professor, não incentivavam, apesar de meu pai ser professor... Então, na última cartada para tentar vestibular, tentei uma única vez para Filosofia... e passei. Comemorei, mas logo vieram as perguntas: O que vai fazer depois que se formar? Dar aula? Ser professor?

Na verdade estava fazendo o curso para ter conhecimento, não estava muito preocupado com o que iria acontecer depois. Mas logo no segundo ano do curso, consegui por uma espécie de contrato que existe aqui no Paraná, aulas para lecionar. Então encarei o desafio, mesmo nunca tendo pensado em ser professor. Me preocupei para dar as aulas, pois pense: são no mínimo 50 minutos em que as pessoas esperam algo de você, e eu nunca fui de falar bastante (ao menos naquela época). Conclusão do primeiro dia de aula: Saí rouco, extasiado, admirado comigo, por ter conseguido... dali em diante vi que era o que eu gostaria de fazer.

Hoje sou professor de Filosofia, de 5ª a 8ª séries e no curso de Serviço Social, na Faculdade... também sou Assistente Social formado, mas se for para atuar como Assistente Social, quero que o meu campo de atuação seja a sala de aula.

Por aí você encontra várias reclamações da falta de reconhecimento da profissão, baixo salário, da dificuldade de se trabalhar com os alunos, da família passar a responsabilidade para a escola... não vou nesse momento me ater a essa discussão, que considero importante, mas não nesse momento.

Quero dizer que amo meus alunos, adoro estar em contato com eles, que aprendo muito em sala de aula. Adoro fazer isso, muitas vezes fico irado com algumas situações, é estressante, mas não me vejo, por enquanto fora de sala de aula. As coisas se encaminharam para que eu fosse professor.
Adoro quando o assunto a ser trabalhado desperta a curiosidade dos alunos, nem sempre é de todos. Gosto de ver nos seus olhos a sede por conhecimento, quando eles discutem à respeito de um assunto posicionando a sua opinião, que às vezes é contrária a minha, e acho isso incrível e penso: Estou conseguindo, o que quero é que eles reflitam, pensem... e está dando certo.

Claro que deve ter alunos que não gostam de minhas aulas, de mim, da matéria... mas não é possível agradar Gregos e Troianos, certo?!

Por fim, gostaria de agradecer todos os meus professores, desde o primário até a graduação, pós-graduação... Mas também aqueles que me ensinaram fora da escola, meus pais especialmente.

Pois há vários professores e não é somente na sala de aula que aprendemos.


Obs.: O desenho inicial foi feito por Christiani Balicki.

5 comentários:

  1. Parabéns Daniel! Experiência importante de ser compartilhada. Um grande abraço e felicidades pelo dia do professor!

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  2. Muito bom! Dar aulas é muito gratificante mesmo, não sou professora de formação, mas já dei muitas aulas particulares e como era interessante.
    Parabéns pela sua escolha e o seu amor pela sala de aula.Você dignifica a classe.
    Até.

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  3. Muito bem, Professor Daniel. Inspirado na sua postagem, escrevi algo sobre a importância da nossa profissão. Aproveito para agradecer pelos seus ensinamentos, em 2004, lembra? Você foi meu professor de filosofia no terceiro ano do Ensino Médio. Fico muito feliz quando as pessoas reconhecem a importância dos professores.
    http://professorgadomski.blogspot.com

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  4. Olá Daniel!

    Obrigada por visitar o meu blog. Gostei de ler teu post. Trabalhar n oque gostamos é um privilégio que nem todos têm. Às vezes falta coragem para fazer essa opção. Também gosto de filosofia. Grande abraço e volte sempre ao meu blog.

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  5. Oi Daniel, muito bom seu post, compartilho com você da mesma opinião, pra ser professor tem que gostar, a mar o que faz. Tem uma frase que diz: "quando você faz o que gosta, corre o risco de nunca ter que trabalhar", pois se torna uma diversão, um prazer. Sabemos de todas as mazelas da profissão, mas ficar só reclamando não muda, o negócio é aproveitar os momentos mágicos, um aluno que quer tirar dúvida, um ex-aluno que se formou, passou num vestibular, um agradecimento com o do Gadomski. Essas coisas não tem preço.
    Ah, e ainda você colocou uma figura da Mafalda, sou fã dessa menina e do seu criador, o Quino.

    Parabéns.

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